Assim, escrito, parece não haver dúvida sobre qual é a forma correta de grafar esse substantivo, mas por que ele é pronunciado de duas maneiras? A resposta é simples: desconhecimento. E, no caso da imprensa, pelo padrão “intocável” adotado por alguns meios de comunicação e, também, por desconhecimento dos jornalistas.
Para quem tem dúvida, o termo em questão é uma paroxítona, ou seja, a sílaba tônica (forte) é a penúltima. A palavra deve ser pronunciada “recórde”, embora não seja acentuada! Segue a mesma regra de: acorde, recorte, almoce, suporte, recorde (verbo recordar), e demais paroxítonas terminadas com a vogal “e”.
Se a sílaba tônica fosse a primeira, como insistem em pronunciar muitos profissionais da mídia eletrônica (rádios e tevês), a palavra seria uma proparoxítona — e levaria obrigatoriamente o acento, sendo grafada “récorde”. Isso não ocorre, portanto esse termo não existe na língua portuguesa!
Então fica a pergunta: o padrão jornalístico pode sobrepor-se ao nosso idioma? Certamente não! Aqueles que insistem na pronúncia errada do substantivo recorde prestam um desserviço ao seu público, que o assimila equivocadamente.
Vale lembrar que a exatidão é um dos fatores mais importantes no jornalismo, tanto na apuração quanto na divulgação dos fatos — e aí entra a forma correta de pronunciar um termo.