Palavra estranha, não concorda, caro leitor? Mas, relaxe, não se trata de nenhum bicho de sete cabeças da língua portuguesa. Esse termo indica a presença, equivocada, da preposição de antes da conjunção integrante que.
Você já leu ou ouviu alguma frase e teve a impressão de que a preposição de sobrou? Certamente, pois algumas sentenças soam bem estranhas, denunciando a existência do erro. Ou, ao contrário, percebeu a ausência dela?
Para saber como grafar corretamente o conjunto de que, evitando o dequeísmo, ou deixando de usar a preposição quando necessária, deve-se prestar atenção na regência verbal. Isto é: se o verbo da frase pedir o de, esse precisa aparecer antes da conjunção. Se não pedir, não pode ser empregado — se a preposição estiver presente, configura-se o erro.
Eis alguns exemplos:
• Ouvi falar de que a proposta foi aceita. (errado)
Aqui o de está sobrando, pois o verbo falar não é regido pela preposição. Ouve-se falar algo, alguma coisa (ou algo de alguém), e não “de algo” ou “de alguma coisa”.
• As irmãs concluíram de que o melhor seria não viajar este ano. (errado)
Elas concluíram algo (que seria melhor não viajar), não “de algo”.
• Gláucia e Fernando se esqueceram de que haviam prometido levar Bia ao cinema. (certo)
O verbo esquecer tem a seguinte regência: esquecer algo ou esquecer-se de algo — caso do exemplo acima.
• Os jogadores não gostaram da atuação do árbitro. (certo)
Gostar é verbo transitivo indireto, ou seja, gosta-se (ou não) de alguma coisa ou de alguém.