Conhecida pela atenção
dispensada ao meio ambiente, Curitiba chegou a ser reconhecida
internacionalmente como “capital ecológica”. Hoje esse título talvez não seja
mais unânime, mas é certo que a cidade ainda é referência na adoção de ações
sustentáveis.
No segmento automobilístico,
destaque para testes com veículos elétricos. Em março deste ano começaram a
circular dois táxis movidos a eletricidade. Os veículos serão utilizados, em
forma de rodízio, por sete centrais de radiotáxi até o fim de maio. A proposta
é analisar a viabilidade econômica e ambiental dessa iniciativa.
Se for aprovada tecnicamente,
poderá originar negócios inovadores, a exemplo do aluguel de carros elétricos
para frotas comerciais. As possibilidades são variadas e precisam ser estudadas.
Com os dois táxis em
circulação na cidade, Curitiba se junta a Rio de Janeiro e São Paulo, onde os
testes com elétricos já ocorrem há mais tempo. Nesses municípios, a parceria é
com a japonesa Nissan. Na capital paranaense, com a chinesa BYD, e os automóveis
daqui possuem autonomia de 300 quilômetros com uma carga elétrica. O
carregamento leva entre uma hora e meia e duas horas, ao valor de R$ 32.
O menor custo para abastecer
poderia refletir na diminuição do preço da corrida para os usuários, e o uso da
eletricidade geraria benefícios ao meio ambiente, já que se trata de um
combustível limpo. Essa combinação de vantagens poderia reforçar o perfil de
cidade ecológica e inovadora de Curitiba.
Inovação já traz resultados
Embora a utilização dos táxis
seja recente, a cidade já conta com o emprego de outros dez veículos elétricos
dentro do Projeto Ecoelétrico. Trata-se de uma parceria entre município, Itaipu
Binacional, Aliança Renault-Nissan e CEIIA (Centro para a Excelência e Inovação
na Indústria Automóvel) de Portugal.
Esse projeto integra a
política de mobilidade urbana sustentável e compreende o uso de cinco veículos
Zoe, três Kangoos Z.E. e dois modelos Twizy pela Guarda Municipal, Secretaria
de Trânsito (Setran) e Instituto Curitiba de Turismo.
Em nove meses, os elétricos
rodaram 40.075 quilômetros e evitaram a emissão de aproximadamente cinco
toneladas de CO2. O monitoramento on-line é realizado pelo CEIIA e permite
atualizar indicadores como energia elétrica consumida, número de viagens e
distâncias percorridas.
Entre junho e agosto de 2014,
segundo dados da prefeitura, os veículos movidos a eletricidade consumiram 83%
menos que os a gasolina. O total gasto com energia no período foi de R$ 812,
contra cerca de R$ 4,6 mil dos que utilizam o derivado de petróleo.
Se 10% da frota fosse composta
por carros elétricos, o montante poupado ultrapassaria R$ 180 mil e 96
toneladas de CO2 deixariam de ser emitidas na atmosfera.
Os benefícios da utilização da
energia elétrica como combustível são claros e deveriam pautar investimentos em
maior escala, tanto privados quanto governamentais. Os números da experiência
curitibana estão aí e poderiam servir de exemplo ao Brasil, cuja frota só de
automóveis ultrapassa 48 milhões, conforme dados de janeiro do Denatran.