Algumas expressões da língua portuguesa podem causar confusão quando precisam ser grafadas, ocasionando eventuais erros. Esse é o caso de a ver e a fim, que podem ser confundidas com haver e afim, mesmo tendo significados distintos.
A primeira delas (a ver) pode ser entendida como sinônimo de relação, conexão — e causar dúvidas e equívocos na sua aplicação. Já “haver”, apesar da pronúncia igual, é um verbo transitivo e tem seu uso bastante conhecido. Eis alguns exemplos:
• Seu discurso não tem nada a ver com suas atitudes.
• Uma coisa nada tem a ver com outra.
• Eles não têm nada a ver, mas são bons amigos.
Nos contextos acima, fica evidente a ideia de conexão, relação; portanto não caberia a forma “haver”.
A segunda expressão da qual quero tratar é a fim (de). Ela significa ter intenção, ter a finalidade de, pretender... Pode ser confundida com afim, substantivo que indica afinidade, relação — por isso é necessário prestar atenção no contexto. Acompanhe os exemplos e perceba as diferenças:
• Olavo me disse estar a fim de ir pescar no feriado.
• Clarisse e Helena manifestaram pensamentos afins.
• O regulamento foi elaborado a fim de esclarecer qualquer dúvida sobre a competição.
• Ambas as publicações contêm um tema afim: a importância de doar sangue.
É isso. Até breve.