Uma resolução do Conselho Nacional de Trânsito (Contran) publicada no fim de dezembro extinguiu a necessidade de sinalização nos locais onde há radares, de qualquer tipo, em vias urbanas e rurais. Medida bastante polêmica, naturalmente ela divide a opinião de motoristas e pedestres.
No meu entender, foi acertada a decisão do Contran, afinal quem conduz veículos deve respeitar o limite de velocidade estabelecido para cada via – como determina o Código de Trânsito Brasileiro (CTB) no seu artigo 61 (A velocidade máxima permitida para a via será indicada por meio de sinalização, obedecidas suas características técnicas e as condições de trânsito.).
Ao longo dos cinco anos em que foi obrigatória a sinalização dos locais fiscalizados eletronicamente, os motoristas diminuíam a velocidade apenas nos trechos com radar, excedendo o limite antes e depois deles. Desta forma, os equipamentos serviam apenas para flagrar os desavisados e alimentar a “indústria da multa”.
A partir de agora isso deve mudar. Embora permaneça a necessidade de os dispositivos eletrônicos estarem às vistas dos condutores — e não escondidos —, o alcance deles permitirá saber quem desrespeita o CTB e põe em risco a segurança no trânsito. Veja, caro leitor, para não ser flagrado você não precisará fazer nada mais do que cumprir a lei. Portanto, quem critica a medida do Contran dá a entender ter a prática de sempre cometer aquela infração.
O ideal seria que todos respeitassem a velocidade estabelecida, assim como utilizassem o cinto de segurança, não falassem ao celular dirigindo, não furassem o sinal vermelho, enfim, cumprissem toda a legislação. Mas basta observar o dia a dia no trânsito para verificar o quanto o CTB é ignorado. E mais, ter noção de quantos riscos os comportamentos inadequados geram.
As estatísticas sempre apontam o excesso de velocidade como uma das principais causas de acidentes e mortes no trânsito. Muitos motoristas parecem não se importar, talvez por se considerarem ases ao volante. E esse é o problema, porque a confiança em demasia faz os inconsequentes adotarem atitudes perigosas e fatais a todos ao seu redor.
Então, por concordar com a máxima “é preciso tomar cuidado por você e pelos outros”, apoio totalmente a resolução do Contran.