O Dia
Mundial Sem Carro, lembrado com atividades em várias cidades do planeta em 22
de setembro, foi criado na França no ano de 1997 com a finalidade de provocar
uma reflexão sobre o uso excessivo dos veículos automotores e propor a
utilização de outras formas de deslocamento. No Brasil, a iniciativa é
desenvolvida desde 2001.
Esse
estímulo à adoção de meios alternativos de transporte, reduzindo a dependência
de carros e motos, é fundamental para melhorar a qualidade de vida, reduzir o
estresse, diminuir o número de acidentes, entre outros benefícios ao meio
ambiente e à saúde, sobretudo nas grandes cidades, onde a concentração de
veículos gera as piores consequências.
Mundo
afora, o dia 22 de setembro tem a adesão especialmente de grupos de ciclistas,
que fazem das “magrelas” sua principal forma de deslocamento. E quem opta pelas
bicicletas realmente só tem a ganhar, pois, ao mesmo tempo em que realiza uma
atividade física saudável, escapa dos congestionamentos estressantes e dos transtornos
do transporte de massa.
Mas nem
todas as pessoas gostam ou podem utilizar as bikes para se locomover, não restando alternativa para chegar aos
seus compromissos que não os veículos motorizados próprios ou públicos. E nesse
caso, é incomparável a comodidade entre um carro e os coletivos (ônibus,
metrôs, trens...).
Aqui
em Curitiba, considerada modelo em transporte público, é fácil perceber por que
milhares de pessoas não trocam os automóveis ou as motos pelos coletivos. Nos horários
mais concorridos do dia, os ônibus rodam lotados, apesar do grande número de
carros para cada linha e da existência dos famosos articulados e biarticulados,
da linha Circular Centro, linha Inter-Hospitais e ligeirinhos, que se constituem
opções para os usuários do sistema.
Em 2013,
segundo estatística da URBS, 2.225.000 passageiros utilizaram – por dia – os
ônibus da Rede Integrada de Transportes (RIT), que liga a capital às 14 cidades
da região metropolitana. Diante dessa realidade, por mais estruturada que seja a
rede, o que se vê na hora do rush são
terminais, pontos de parada e estações-tubo lotados, pessoas embarcando antes
mesmo do desembarque de outras, lotação, pisões, passageiros concentrados nas
portas... Enfim, cenas que não condizem com a fama de cidade-modelo.
O fato
é que, para o Dia Mundial Sem Carro conseguir melhores resultados, é necessário
também que o poder público melhore a mobilidade urbana. Somente com condições
mais dignas as pessoas trocariam o conforto dos seus veículos pelo transporte
de massa – mesmo a viagem de ônibus sendo mais rápida pelas vias exclusivas (onde
elas existem).
Mas é
claro que cada um pode e deveria fazer a sua parte. Por que não deixar o carro
em casa para se deslocar em trajetos curtos? Ou então que tal usar menos vezes
na semana o veículo particular? E ainda por que não adotar a carona ou o
compartilhamento veicular como alternativa?