O
início de novembro foi marcado por protestos em alguns postos de combustíveis de
Curitiba, após a elevação do preço da gasolina. Motoristas fizeram filas nas
bombas para colocar valores mínimos, como R$ 0,50 e R$ 1, pagar no cartão de
crédito e exigir nota fiscal nos estabelecimentos onde foram registrados os
maiores aumentos.
Além
de repercutir na mídia nacional e refletir o descontentamento do consumidor, a
mobilização levou o Procon-PR e o Ministério Público a aplicarem uma multa de
R$ 1,2 milhão ao Sindicombustíveis do Paraná. Segundo o promotor Maximiliano
Ribeiro Deliberador, “a multa se deu à prática, que não é de hoje, de se
aumentar os preços na véspera do feriado”.
Os
brasileiros sabem que os combustíveis são caros no país, principalmente a
gasolina. Que em grande parte isso se deve à elevada carga tributária, também. Mas
e sobre a possível existência de cartéis no segmento, manipulando o mercado e
lesando o consumidor? Será que existem?
E
em Curitiba, haveria a combinação de preços? Teria sido coincidência um posto
em Pinhais, na região metropolitana da capital, ter sofrido um atentado à bala —
justamente na época do último aumento — em virtude de o proprietário ter se
negado a elevar o preço? Vale lembrar que fatos assim já foram registrados em
ocasiões semelhantes.
Questões
como essas são difíceis de responder, eu entendo. Embora seja possível para o
consumidor formar uma opinião diante de algumas evidências e sendo um bom
observador.
Por
exemplo, uma pesquisa realizada pelo Procon-PR em Curitiba, entre 18 e 24 de
novembro, traz alguns dados intrigantes. O principal: de 95 estabelecimentos
consultados, 43 vendiam o litro da gasolina por R$ 2,89. Ou seja, em 45% deles
o valor era o mesmo. Seria somente pura coincidência?
Em
outros 21 postos, o preço cobrado era de R$ 2,84; em oito, R$ 2,79; e nos
demais os valores variavam de R$ 2,49 a R$ 2,94. Assim, a média do litro da
gasolina comum ficou em R$ 2,85 naquela semana.
Para
consultar as pesquisas realizadas nos municípios, basta entrar no site da
Agência Nacional do Petróleo (ANP). O link para o levantamento citado neste
texto é: