quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Radares não precisam mais de sinalização. E faz sentido!

Uma resolução do Conselho Nacional de Trânsito (Contran) publicada no fim de dezembro extinguiu a necessidade de sinalização nos locais onde há radares, de qualquer tipo, em vias urbanas e rurais. Medida bastante polêmica, naturalmente ela divide a opinião de motoristas e pedestres.

No meu entender, foi acertada a decisão do Contran, afinal quem conduz veículos deve respeitar o limite de velocidade estabelecido para cada via – como determina o Código de Trânsito Brasileiro (CTB) no seu artigo 61 (A velocidade máxima permitida para a via será indicada por meio de sinalização, obedecidas suas características técnicas e as condições de trânsito.).

Ao longo dos cinco anos em que foi obrigatória a sinalização dos locais fiscalizados eletronicamente, os motoristas diminuíam a velocidade apenas nos trechos com radar, excedendo o limite antes e depois deles. Desta forma, os equipamentos serviam apenas para flagrar os desavisados e alimentar a “indústria da multa”.

A partir de agora isso deve mudar. Embora permaneça a necessidade de os dispositivos eletrônicos estarem às vistas dos condutores e não escondidos , o alcance deles permitirá saber quem desrespeita o CTB e põe em risco a segurança no trânsito. Veja, caro leitor, para não ser flagrado você não precisará fazer nada mais do que cumprir a lei. Portanto, quem critica a medida do Contran dá a entender ter a prática de sempre cometer aquela infração.

O ideal seria que todos respeitassem a velocidade estabelecida, assim como utilizassem o cinto de segurança, não falassem ao celular dirigindo, não furassem o sinal vermelho, enfim, cumprissem toda a legislação. Mas basta observar o dia a dia no trânsito para verificar o quanto o CTB é ignorado. E mais, ter noção de quantos riscos os comportamentos inadequados geram.

As estatísticas sempre apontam o excesso de velocidade como uma das principais causas de acidentes e mortes no trânsito. Muitos motoristas parecem não se importar, talvez por se considerarem ases ao volante. E esse é o problema, porque a confiança em demasia faz os inconsequentes adotarem atitudes perigosas e fatais a todos ao seu redor.
Então, por concordar com a máxima “é preciso tomar cuidado por você e pelos outros”, apoio totalmente a resolução do Contran.

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Documentos Revelados expõe arquivos da ditadura sobre Foz do Iguaçu

Um importante acervo para compreender como funcionou a repressão do Estado brasileiro no governo militar está disponível no sítio Documentos Revelados, idealizado pelo jornalista e ex-preso político Aluizio Palmar.

O site entrou no ar esta semana com o objetivo de disponibilizar a qualquer pessoa documentos aos quais o jornalista teve acesso quando pesquisou, por anos, os arquivos de órgãos de informação e da Polícia Federal em Foz do Iguaçu.

Palmar reuniu dossiês, mandados de prisão, relatórios, informes, ofícios e outros documentos produzidos pela PF, Forças Armadas, Serviço Nacional de Informações (SNI), Operação Condor, Assessoria de Segurança e Informações da Itaipu Binacional, entre 1964 e 1985.

A página virtual contém ainda depoimentos de quem sentiu na pele o terror da ditadura, por não se submeter ao sistema antidemocrático. Dezenas de fotos mostram os fatos que marcaram o período, como manifestações populares, vítimas do regime, chegada ao Chile de brasileiros banidos, entre outros.

Documentos Políticos também revela parte dos materiais produzidos pelos movimentos de resistência, a exemplo de MR8, VPR, MRT, ALN, PCB, PC do B e entidades estudantis.

Segundo o autor, o site é um espaço de referência histórica, cujo acervo visa a reconstituir a memória das lutas sociais e políticas, especialmente no Oeste do Paraná. “O maior objetivo é contribuir para o melhor conhecimento da ditadura civil-militar. Os documentos têm valor histórico como fonte de pesquisa”, disse.

Mas Palmar alerta que os arquivos “devem ser vistos com olho crítico da dúvida, pois foram elaborados por pessoas treinadas para mentir, contrainformar, prender, torturar e matar”.

Para conhecer o sítio, basta acessar www.documentosrevelados.com.br.