terça-feira, 3 de dezembro de 2013

O pedágio subiu. Qual a novidade?

Todo o ano, no início de dezembro, é a mesma coisa: os paranaenses são “presenteados” com aumento no valor do pedágio. Não tem escapatória, pois o reajuste anual está previsto no contrato de concessão das rodovias.

O período não poderia ser melhor para as empresas que exploram o serviço, afinal aumenta muito o movimento nas estradas do Anel de Integração do estado. Consequentemente, o faturamento delas – bilionário ao longo do ano – se eleva, num verdadeiro atentado contra o bolso dos usuários.

Este ano o aumento foi de até 5,72% nas 27 praças das seis concessionárias instaladas no Paraná. Como sempre, o maior valor é praticado em direção ao litoral. Carros, caminhonetes e furgões passaram a pagar R$ 15,40. No Oeste, nas cinco praças entre Foz e Guarapuava exploradas pela mesma empresa, os valores variam de R$ 9 a R$ 11,80.

Com os novos valores, para atravessar o estado de Foz ao litoral pela BR-277, o motorista de carro de passeio passa por dez praças, tendo de desembolsar R$ 99,20. Se agregar à conta o retorno e o combustível, também reajustado no fim de novembro, o gasto com deslocamento totaliza uma soma significativa.

Transporte de cargas

Segundo a Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar), em média o pedágio equivale a 21,18% do frete de grãos. Mas o índice pode chegar a 30,75%. Uma carga que saia de Foz para Paranaguá pode pagar até R$ 680,84 em tarifas.

De acordo com a Ocepar, o pedágio impacta em até 8,5% o preço recebido pelo produtor de milho e em até 2,3% no caso da soja; onera em até 7,3% o custo de produção de milho e em até 4,3% o da soja; encarece em até 12,89% o valor do calcário e pode representar até 0,88% do valor do adubo no Paraná.
 
Relatório do TCU

Em 2012, o Tribunal de Contas da União (TCU) determinou que o Departamento de Estradas de Rodagem do Paraná (DER) reestabelecesse, em 360 dias, o equilíbrio econômico-financeiro dos contratos relativos ao programa de concessão de rodovias.

Para o TCU, o quadro apresenta um desequilíbrio a favor das empresas. O Governo do Estado deveria rever os cálculos para que os motoristas pagassem por aquilo que as concessionárias oferecem. Porém nada foi feito, e a conta continua pesando em desfavor dos usuários!

Herança maldita

Vale lembrar que o pedágio foi implantado no Paraná em 1998, pelo então governador Jaime Lerner. Além de firmar um acordo que favorecia as empresas em detrimento do interesse público, nos últimos dias de governo foi feito um aditivo no contrato, desobrigando as concessionárias a duplicarem estradas e construírem viadutos e trincheiras, por exemplo.
 
Ou seja, elas não precisariam fazer obras de grande porte em benefício da segurança dos usuários. Isso explica por que a Ecocataratas sempre se negou a investir em obras nos trevos de acesso a Foz do Iguaçu, mesmo diante de graves acidentes e do clamor da sociedade.
 
Na realidade foi um grande presente do ex-governador para as concessionárias. Conforme divulgou a própria Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias (ABCR), entre 1998 e 2012 o pedágio rendeu às seis empresas que exploraram o serviço no Paraná o inacreditável montante de R$ 10,5 bilhões.
 
E as contrapartidas em investimentos de grande porte? Essas não chegaram nem perto da fantástica arrecadação – e nunca vão chegar, infelizmente!


terça-feira, 30 de julho de 2013

Detalhes que fazem a diferença

Está pensando em trocar de carro? Já tem na cabeça o modelo preferido e no bolso condições de adquirir a máquina tão desejada? Então não falta nada, certo? Errado! Falta um detalhe importantíssimo: o test-drive.

Não importa se o veículo é novo ou seminovo, não deixe a emoção influenciar nessa hora e fazer você levar para casa o bem sem experimentá-lo nas mesmas condições a que pretende submetê-lo diariamente.

Uma vez aprovado, agora sim é fechar negócio, não? Nada disso! Tão importante quanto testar o modelo dos sonhos é fazer o mesmo com os concorrentes, afinal você pode mudar de ideia ao compará-los.

Veículos da mesma categoria têm vários pontos em comum, porém apresentam algumas diferenças capazes de fazer a diferença na sua escolha. Só ao pesar os prós e os contras de cada um você terá a possibilidade de decidir racionalmente por aquele que lhe servirá durante alguns anos.

Não basta um design arrojado, um sistema de som de última tecnologia ou ser o mais bem equipado. Você tem de optar pelo carro que une o melhor conjunto de características ao prazer de dirigi-lo.

Compare qual oferece as melhores condições ergométricas, ou seja, bancos confortáveis e com ajuste de altura, posição mais agradável que lhe proporcione maior visão, ajustes de altura e profundidade da direção, e acesso mais fácil aos comandos no painel, na porta e no câmbio.

Perceba ainda qual tem menores pontos-cegos, seja pela largura das seis colunas do teto ou pelo ângulo de ajuste dos retrovisores externos. Lembre-se de que estar sentando confortavelmente, com os equipamentos todos à mão e ampla visão ao seu redor é essencial para pôr o carro em movimento.

Com tudo isso ajustado, pegue o trecho. Repare nas diferenças de torque na arrancada e nas retomadas de velocidade, pois isso pode fazer a diferença em algum momento, especialmente na estrada. Analise também qual carro apresenta o melhor encaixe das marchas.

Note o isolamento acústico do motor e se há barulhos internos. Procure rodar no percurso que você fará diariamente, ou pelo menos por um que tenha características parecidas, como asfalto, paralelepípedo, buracos, lombadas, subidas e decidas. Sinta como cada concorrente se sai nas mesmas condições. Atente para o comportamento da suspensão em relevos diferentes e em curvas. De preferência misture trechos urbanos e rodoviários.

Agora sim, munido também de conhecimento prático sobre veículos semelhantes, você poderá fazer a escolha mais consciente, optando por qual ofereça um espectro mais amplo de características, seja beleza, desempenho, espaço, economia, segurança, tecnologia ou qualquer outra que você procure. Boa compra!

quarta-feira, 15 de maio de 2013

Subsídio garante RIT em Curitiba

Terminou, enfim, a troca de farpas entre o prefeito de Curitiba, Gustavo Fruet, e o governador Beto Richa sobre a manutenção do subsídio estadual para o transporte coletivo. Pelo menos até fevereiro de 2014.

A novela, de cinco meses, teve o último capítulo no início de maio, quando foi assinado o acordo que garante o repasse de R$ 40 milhões do estado e de R$ 22,7 milhões do município para a Rede Integrada de Transporte (RIT).

Agora a população pode ficar tranquila, pois – além do valor da passagem permanecer em R$ 2,85 – mantém-se a integração do sistema, que beneficia 2,3 milhões de passageiros transportados por dia. A RIT é formada por 30 terminais de transporte, 362 estações-tubo em 81 quilômetros de canaletas, 1.930 ônibus e nove mil pontos de parada.

Além de Curitiba, engloba 12 outras cidades: Almirante Tamandaré, Araucária, Bocaiuva do Sul, Campo Largo, Campo Magro, Colombo, Contenda, Fazenda Rio Grande, Pinhais, Piraquara, Rio Branco do Sul e São José dos Pinhais.

Essa enorme estrutura é essencial para atender os usuários, que se locomovem à capital todos os dias para trabalhar, estudar, procurar serviços médicos, fazer compras, entre outras razões. Considerada modelo, a RIT beneficia muito as pessoas, tanto no deslocamento entre os municípios quanto na economia para o bolso.

Mas nem tudo são flores, como pode pensar quem não utiliza o transporte coletivo – principalmente se morar fora da região metropolitana. Ver pela tevê os ônibus biarticulados, os ligeirinhos e as estações-tubo é bem diferente de utilizá-los – em especial na hora do rush. O grande número de usuários em determinados horários torna estressante compartilhar as estações e os ônibus, os quais parecem verdadeiras latas de sardinha!

Enormes filas para entrar nos tubos, concentração de pessoas num espaço reduzido, empurra-empurra, disputa por lugares, tropeços, pisões, tudo isso faz parte da rotina dos passageiros. Quem não quer passar por isso opta, se possível, por usar outros meios de transporte, como bicicletas, táxis, motos e carros.

Se por um lado essas pessoas escapam dos aborrecimentos provenientes da lotação nos coletivos, por outro enfrentam congestionamentos em vários pontos críticos em momentos de movimento intenso. Esse cenário, porém, não é exclusividade de Curitiba – está cada vez mais presente no dia a dia de municípios de porte médio.

Em parte isso se explica pela falta de planejamento urbano condizente com a evolução populacional e veicular nas cidades. Por isso, é premente o poder público e as autoridades administrativas de trânsito buscarem alternativas para desafogar o trânsito e melhorar as condições de transporte aos cidadãos.

quinta-feira, 2 de maio de 2013

Como é o seu comportamento no trânsito?


O trânsito é um complexo sistema de interação entre pedestres e veículos. Para regulamentá-lo, há regras que devem ser cumpridas visando à harmonia nessa relação e à prevenção de acidentes. Cada integrante tem seu espaço, que deve ser respeitado para o bem de todos.

O Código de Trânsito Brasileiro foi instituído pela Lei 9.503, de 23 de novembro de 1997, e contém 341 artigos. Além dessa norma, há 439 resoluções do Conselho Nacional de Trânsito (Contran) editadas ao longo dos 15 anos do CTB.

Conhecer todo esse cabedal de regras é praticamente impossível até mesmo para os mais experientes, sejam motoristas, agentes e autoridades de trânsito. Entretanto, para trafegar em paz e seguir a legislação, não é necessário ser um expert. É preciso, contudo, manter-se atualizado, reciclar os conhecimentos, ler sobre o assunto, bem como ter um comportamento prudente de circulação. Principalmente, isso!

Basta uma observação mais atenta para constatar pedestres cruzarem vias fora da faixa; ciclistas e motociclistas circularem no centro das pistas; motoristas ignorarem a seta, falarem ao celular, furarem o sinal vermelho, entre centenas de outras infrações – muitas graves, outras nem tanto.

Será que seguir o Código de Trânsito Brasileiro é importante apenas para tirar a carteira de habilitação? Para muitos, sim. As pessoas menos conscientes parecem não dar valor à importância das normas de circulação. É evidente que nem o cidadão mais responsável está isento de cometer infrações de trânsito. Por isso, o ideal é deixar fora do veículo os problemas, concentrar-se nas suas ações e em todo o movimento ao seu redor.

Observar o erro alheio também é uma maneira de se policiar, ou seja, de não praticar a mesma infração. Da mesma forma, ser paciente e tolerante é fundamental, pois dirigir de cabeça de quente aumenta o risco de se envolver em confusão e em acidentes.

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Com a lei seca, todos podem ganhar


O rigor da Resolução 432 do Contran, que pune o motorista com qualquer quantidade de álcool no organismo, pode sim trazer vantagens para toda a sociedade. O resultado da tolerância zero já é comprovado por meio de estatísticas de trânsito, que revelam diminuição no número de acidentes e, por conseguinte, no total de vítimas.

No carnaval deste ano, por exemplo, segundo dados da Polícia Rodoviária Federal, o total de sinistros baixou 350 em relação ao mesmo período de 2012, com 35 mortes e 414 feridos a menos.

A medida vai além de tentar conter a ocorrência de desastres e de salvar vidas, embora sejam esses os objetivos principais. Mesmo que a duras penas, com a imposição de multas caras e até prisão, a lei seca começa a reforçar nas pessoas a consciência de que não se deve assumir o volante após o consumo de bebida alcoólica, independentemente da dose ingerida.

No Brasil, infelizmente, essa educação compulsória é necessária em muitas áreas, para incutir na sociedade um maior senso de responsabilidade e de respeito às normas de convivência.

Ao contrário do que pensam alguns, a legislação mais rígida não traz necessariamente prejuízos para bares e restaurantes. A possibilidade da diminuição de clientes nesses estabelecimentos pode ser evitada com criatividade. E na prática boas ideias já são vistas pelo país, como parcerias entre comerciantes e taxistas – uma boa alternativa para as duas categorias e para os clientes.

A lei pode, inclusive, aproximar mais as pessoas e diminuir o número de carros nas ruas, com o incentivo à carona. Grupos de amigos podem sair juntos, revezando a função de motorista. Assim ninguém precisa abrir mão dos programas, divertindo-se e retornando em segurança.

A determinação do Contran também pode aquecer a economia com o aumento da produção de bebidas sem álcool. Há no mercado algumas opções de cerveja e vinho, embora produzidas em menor escala. Com a tolerância zero, as fábricas poderiam aumentar a produção desses produtos e lançar versões sem álcool das marcas consagradas.

Vale lembrar que a cerveja sem álcool, por exemplo, tem o mesmo sabor da tradicional, portanto o prazer de tomar a sua “breja” trincando não diminuiria!

No trânsito, atenção, responsabilidade e reflexos apurados são fundamentais para salvar vidas, então todas as medidas, mesmo que enérgicas, são bem-vindas para o bem da coletividade.