sexta-feira, 19 de novembro de 2010

O preconceito me enoja

Daqui a 40 dias termina o mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o primeiro operário a governar o Brasil. Após oito anos de um bom governo, e com a popularidade jamais alcançada por outro chefe do Executivo nacional, é lamentável saber que o preconceito contra ele ainda permeia a sociedade.

Este texto surgiu de minha indignação ao presenciar uma conversa de três senhores hoje pela manhã em uma padaria. Numa mesa próxima a que eu estava, eles conversavam sobre o país, mais precisamente a respeito da continuidade do PT na Presidência. O amargor de oposicionistas derrotados era notório. Mesmo discordando das opiniões emitidas, respeito a visão alheia, afinal vivemos uma democracia.

Em determinado momento, um dos senhores comentou: “Me parece que Dilma é mais inteligente que o Lula”. Em seguida, outro disse: “Bom, mas isso não é muito difícil”. Ao ouvir essa declaração preconceituosa, emiti um riso de canto de boca e quase me intrometi na conversa para dizer poucas e boas àquele sujeito. Mas segurei meu ímpeto a pedido de minha esposa.

Defendo que as pessoas possam emitir livremente suas opiniões, como garante a Constituição federal, porém o preconceito — seja ele qual for — me enoja. Quando escutei aquela frase, pensei: “Queria ver você lá na Presidência, se teria a capacidade de governar um país”. Fiquei convencido de que quem traz dentro de si o preconceito contra um operário nordestino, ex-líder sindical, é limitado o bastante para reconhecer os avanços nos últimos oito anos.

Felizmente indivíduos assim são a minoria, pois ser oposicionista — mesmo os ainda inconformados com a recente derrota na campanha presidencial — não significa ter o direito de desqualificar adversários de forma preconceituosa; principalmente se a referência for a um presidente respeitado fora do país, inclusive por chefes de nações mais desenvolvidas, e que no Brasil encerra seu mandato com mais de 80% de aprovação entre a população como um todo, não somente no estrato social menos politizado ou mais pobre.

Abaixo qualquer manifestação rancorosa, preconceituosa!

Um comentário:

  1. Quando eu estava morando em Araraquara, cidade conservadora e com um público que beira os 60 anos,( público este que nos anos 80 e 90 mandava quem chegasse na rodoviária de Araraquara sem emprego embora da cidade)passei por uma situação absurda de preconceito e racismo. Estava eu andando na rua e um negro passou por mim e retrucou algo...tava meio lokão, então eu continuei andando, mas um senhor que estava atrás de mim e viu a situação passou por mim e disse: Liga não moça, olha a cor dele! Affe...

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