Uma das características da língua portuguesa é possuir grande quantidade de tempos, pessoas e modos verbais. Isso pode levar ao cometimento de equívocos na conjugação — especialmente no caso de verbos defectivos.
Para quem não lembra, defectivos são aqueles incompletos, “defeituosos”, não conjugados em todas as pessoas. Por isso exigem atenção redobrada!
A conjugação incompleta dos defectivos causa dúvidas e resulta, muitas vezes, em aberrações sonoras ou escritas. Na realidade, nem mesmo os gramáticos são unânimes sobre o tema.
Para muitos deles, apenas a primeira e a segunda pessoa do plural do presente do indicativo e a segunda pessoa do plural do imperativo afirmativo são conjugadas.
Veja alguns verbos: adequar, falir, foragir-se, precaver, precaver-se, reaver, remir. No caso do adequar, por exemplo, existiriam somente as conjugações (nós) adequamos, (vós) adequais, e adequai (vós).
Também são defectivos os verbos impessoais (presentes em frases sem sujeito), tais como os que indicam fenômenos da natureza, conjugados só na terceira pessoa do singular. Exemplos: chove, neva, venta...
Segundo outros autores, a conjugação seria incompleta no presente do subjuntivo; no imperativo negativo; e na primeira pessoa do singular no presente do indicativo — sendo normal nos demais tempos e modos. Eis alguns verbos: abolir, banir, carpir, colorir, delinquir, explodir, extorquir.
Assim, o explodir, por exemplo, ficaria da seguinte forma:
a) Presente indicativo: eu —, tu explodes, ele explode, nós explodimos, vós explodis, eles explodem.
b) Não existiria no imperativo negativo e no presente do subjuntivo.
c) Normal nos demais tempos, modos e pessoas.
É isso.
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