Tempos atrás escrevi sobre a pronúncia correta da palavra recorde (paroxítona, portanto com a penúltima sílaba tônica e sem acento), erroneamente pronunciada “récorde” por muitas pessoas, inclusive jornalistas.
O colega Osni Gomes sugeriu um texto específico sobre o tema ortoépia, ou ortoepia, que se trata da arte de pronunciar corretamente os vocábulos. Aqui está, Osni, e obrigado pela sugestão!
Um dos termos pronunciados de forma incorreta com muita frequência é “Nóbel”, em alusão ao prêmio que leva o nome do sueco Alfred Nobel, inventor da dinamite. A vocalização certa é “Nobél”, mesmo não havendo o acento agudo.
O vocábulo é uma oxítona, em que a sílaba tônica é a última. Minha dica é lembrar-se de Noel, pois assim se evita a pronúncia errada.
Outra palavra pronunciada equivocadamente é “íbero” — sinônimo de ibérico (referente aos países da América Latina, mais Portugal, Espanha e Andorra). Pronuncie “ibéro”, porém escreva sem acento.
Mas a ortoépia também abrange a nasalização incorreta de vogais, isto é, a inclusão indevida da letra ene (n) em alguns termos. Por exemplo: “mendingo”, em vez de mendigo; “sombrancelha”, no lugar de sobrancelha; “buginganga” ou “bungingaga”, em vez de bugiganga.
A troca de posição de fonemas é outro erro. Já vi algumas palavras escritas ou pronunciadas equivocadamente, a exemplo de “metereologia” (e não meteorologia) e “mulçumano” (muçulmano).
No rol dos erros de pronúncia está a substituição de fonemas. Note que o correto é poleiro, não “puleiro”; bueiro, não “boeiro”; disenteria, não “desenteria ou “desinteria”.
Acrescentar letras em vocábulos configura equívoco: “estreiar”, “freiada”, “azuleijo”... Da mesma forma, deixar de colocar fonemas: “corre”, no lugar de correr; “saí”, em vez de sair; “revindicar”, em vez de reivindicar.
É isso. No próximo texto vou explicar a prosódia, que é a correta acentuação das palavras, e também provoca dúvidas.
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