sexta-feira, 21 de setembro de 2012

O perigo em duas rodas


Um dado alarmante foi revelado dias atrás pelo Ministério da Saúde: R$ 200 milhões haviam sido gastos, até a primeira quinzena, em tratamentos e internações de vítimas de acidentes de trânsito. Proporcionalmente, o montante equivale a R$ 23,5 milhões por mês.
A Área Técnica de Vigilâncias e Acidentes do órgão também informou que em 2011 os hospitais públicos receberam 153.565 acidentados, dos quais 48% (73.711) eram motociclistas. Desse total, a maior incidência foi por pilotagem perigosa e uso de álcool. Ou seja, fatores diretamente ligados à irresponsabilidade das vítimas.
O atendimento àqueles casos demandou 30% dos leitos em prontos-socorros, e 25% dos motociclistas morreram. Esses índices, que são a média dos últimos anos, foram confirmados pela Associação Brasileira de Medicina no Tráfego. Segundo a Abramet, de dez leitos ocupados nas UTIs, quatro são por acidentados no trânsito, principalmente condutores de motos.
Os números são preocupantes porque mostram a falta de consciência das pessoas que provocaram seus acidentes. Dirigir perigosamente, ou sob efeito de álcool, um veículo de duas rodas é desafiar a sorte. E pelas estatísticas fica claro quem perde.

Mas é bom ressaltar, o prejuízo se estende à sociedade, seja na forma de outras vítimas envolvidas nos acidentes, no gasto público com os tratamentos, e ainda na ocupação de leitos que poderiam receber pessoas com enfermidades diferentes.

A regra no trânsito é obedecer às normas de circulação, e a maior parte dos sinistros ocorre porque o código é descumprido pelos motoristas e pedestres. Esse comportamento indica a necessidade de uma constante educação, seja sobre as regras de tráfego e para a própria cidadania.

No dia a dia é possível flagrar manobras ousadas, como motos “costurando” entre veículos, transitando sobre as faixas centrais das pistas, ou passando no pequeno espaço entre guias de calçadas e lombadas, por exemplo.

Outra conduta extremamente perigosa é não utilizar capacete. Pior que isso é usá-lo no braço. Quem nunca avistou um motociclista com o equipamento encaixado entre o braço e o antebraço? Uma aberração! Da mesma forma não adianta estar de capacete com a viseira levantada.

Dias atrás observei um motoqueiro digitando enquanto pilotava. Estaria enviando mensagens pelo celular? É provável, já que não poderia falar devido ao capacete. Em uma campanha lançada recentemente, a Abramet alerta para o risco 23 vezes maior de ocorrer um acidente ao desviar o olhar da rua para mandar SMS. Agora imagine isso numa moto!

Até a próxima.

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