Um dado alarmante foi revelado dias
atrás pelo Ministério da Saúde: R$ 200 milhões haviam sido gastos, até a
primeira quinzena, em tratamentos e internações de vítimas de acidentes de
trânsito. Proporcionalmente, o montante equivale a R$ 23,5 milhões por mês.
A Área Técnica de Vigilâncias e
Acidentes do órgão também informou que em 2011 os hospitais públicos receberam 153.565
acidentados, dos quais 48% (73.711) eram motociclistas. Desse total, a maior
incidência foi por pilotagem perigosa e uso de álcool. Ou seja, fatores
diretamente ligados à irresponsabilidade das vítimas.
O atendimento àqueles casos demandou
30% dos leitos em prontos-socorros, e 25% dos motociclistas morreram. Esses
índices, que são a média dos últimos anos, foram confirmados pela Associação
Brasileira de Medicina no Tráfego. Segundo a Abramet, de dez leitos ocupados
nas UTIs, quatro são por acidentados no trânsito, principalmente condutores de
motos.
Os números são preocupantes porque
mostram a falta de consciência das pessoas que provocaram seus acidentes. Dirigir
perigosamente, ou sob efeito de álcool, um veículo de duas rodas é desafiar a
sorte. E pelas estatísticas fica claro quem perde.
Mas é bom ressaltar, o prejuízo se
estende à sociedade, seja na forma de outras vítimas envolvidas nos acidentes,
no gasto público com os tratamentos, e ainda na ocupação de leitos que poderiam
receber pessoas com enfermidades diferentes.
A regra no trânsito é obedecer às
normas de circulação, e a maior parte dos sinistros ocorre porque o código é
descumprido pelos motoristas e pedestres. Esse comportamento indica a
necessidade de uma constante educação, seja sobre as regras de tráfego e para a
própria cidadania.
No dia a dia é possível flagrar
manobras ousadas, como motos “costurando” entre veículos, transitando sobre as
faixas centrais das pistas, ou passando no pequeno espaço entre guias de
calçadas e lombadas, por exemplo.
Outra conduta extremamente perigosa é
não utilizar capacete. Pior que isso é usá-lo no braço. Quem nunca avistou um
motociclista com o equipamento encaixado entre o braço e o antebraço? Uma
aberração! Da mesma forma não adianta estar de capacete com a viseira
levantada.
Dias atrás observei um motoqueiro
digitando enquanto pilotava. Estaria enviando mensagens pelo celular? É
provável, já que não poderia falar devido ao capacete. Em uma campanha lançada
recentemente, a Abramet alerta para o risco 23 vezes maior de ocorrer um acidente
ao desviar o olhar da rua para mandar SMS. Agora imagine isso numa moto!
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