segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Pais não poderão dar uma palmadinha nos filhos?

A Câmara dos Deputados deve votar nesta semana o Projeto de Lei nº 7.672/10 (Lei da Palmada), que penaliza pais ou responsáveis por baterem nos filhos ou dependentes como forma de punição ou disciplina.

Além do castigo físico, o projeto engloba ameaças e humilhações contra crianças e adolescentes, modificando, assim, o ECA. E mais, prevê advertência, processo judicial, tratamento psicológico ou psiquiátrico, e encaminhamento para programas de proteção à família quem desrespeitá-lo.

Caso passe pela Comissão Especial na Câmara, a matéria segue para apreciação do Senado.

Tema bastante polêmico, trata-se, sim, de invasão na vida familiar, ao contrário do que argumenta a deputada Teresa Surita (PMDB/RR), relatora do projeto de lei. Segundo ela, o ECA abrange apenas os maus-tratos, não os castigos.

Entendo a preocupação da parlamentar e dos defensores do projeto, e concordo que as palmadas não são a melhor forma de educar, não substituem o diálogo e os bons exemplos dos pais. Mas vejo um certo exagero nessa questão.

Será que uma palmada ou outra abalará o desenvolvimento de uma criança? Os pais ou responsáveis, por mais conscientes e preparados que sejam, não têm o direito de perder a paciência vez ou outra? Como contornar situações de manhã, chantagem emocional, dos pequenos quando eles não aceitam um ‘não’?

Você, leitor, nunca apanhou dos seus pais? Se sim, isso prejudicou a formação do seu caráter ou o abalou psicologicamente? Eu apanhei algumas vezes e acredito ter merecido. Isso não me afetou em nada, tampouco me fez condenar as palmadas, embora considere a conversa mais eficaz.

Concordo com esta máxima: “Paciência tem limite”. Por isso, em casos extremos, os pais têm razão ao “esquentar o popozão” (hehe) dos filhos. Afinal, as crianças e os adolescentes de hoje em dia não respeitam os mais velhos como os da geração passada.

Minha opinião nada tem a ver com excesso de castigo, espancamento, humilhação pública, tratamento cruel, como são os maus-tratos, contemplados no Estatuto da Criança e do Adolescente. Mas, veja, até ameaças são passíveis de punição pelo projeto de lei. Dessa forma, o famoso “lá em casa a gente conversa” pode render uma punição aos detentores do poder paternal.

Por mais leve que seja, uma repreensão oral ou física poderá ser considerada algo contra a lei. E como mensurar o grau da ofensa aos pequenos, visto que muitas situações são bastante subjetivas? Pode haver diferença de interpretação entre mim e você, leitor, diante de uma atitude de pais para com os filhos. Ou não?

Outro ponto importante: a Lei 7.672/10 dará o direito de um terceiro intrometer-se na vida alheia? Você denunciaria uma mãe ou pai que deu uma palmadinha no filho (ou o ameaçou), após o cometimento de uma “arte”? E ainda, você gostaria que uma pessoa desconhecida ameaçasse denunciá-lo (ou o denunciasse) caso perdesse a paciência e “esquentasse” o bumbum do seu filho?

terça-feira, 29 de novembro de 2011

Foz do Iguaçu não precisa de mais vereadores!

Outra discussão sobre o número de vereadores movimentou a Câmara Municipal ontem à noite em Foz do Iguaçu. A audiência pública reuniu empresários, estudantes, a população e representantes da sociedade civil. Mais uma vez, o tema foi a proposta de o Legislativo aumentar de 15 para 21 suas cadeiras.

Neste texto, não vou relatar como foi o posicionamento de quem participou da sessão. Quero apenas colocar minha opinião; e ela é muito clara: Foz do Iguaçu não precisa de mais vereadores. A representatividade não está no número de cadeiras naquela Casa, e sim na qualidade do trabalho lá realizado.

Analise comigo, caro leitor. Segundo o IBGE, a cidade tem 256.088 habitantes. Já o Legislativo possui 15 vereadores, e cada um deles tem direito a quatro assessores — isto é, 60 pessoas para atender os iguaçuenses. Se dividirmos o total da população pelo número de representantes do povo, constataremos que há um parlamentar ou assessor para cada 4.268 pessoas.

Diante disso, eu pergunto: é muito? Será que 60 pessoas não conseguem ouvir as reivindicações daquele contingente populacional? Um grupo de 4.268 pessoas não poderia ser bem representando por um presidente de associação de bairro ou por outro líder comunitário? Esse não poderia reunir-se com os vereadores ou algum dos quatro assessores para expor os anseios da comunidade?

Imaginemos que, assim como querem o vereadores, Foz voltasse a ter 21 cadeiras legislativas. Mantido o total de quatro assessores parlamentares, seriam 84 pessoas para atender a comunidade. A relação ficaria em 3.048 habitantes por membro (vereador ou assessores) da Casa. A diferença, de menos 1.220 pessoas para cada um, não seria suficiente para justificar mais 24 pessoas na Câmara.

Num outro quadro, considerando 21 vereadores com direito a três assessores cada, seriam 61 pessoas, a mesma relação atual, de um parlamentar ou assessor para cada 4.268 cidadãos.

Desta forma, mesmo a Constituição permitindo que municípios entre 160 mil e 300 mil habitantes tenham até 21 vereadores, seria desnecessário aumentar as cadeiras na Casa de Leis iguaçuense se os representantes do povo fizessem um melhor planejamento para atender às demandas locais.

Um dos exemplos é o Projeto Câmara Itinerante, para ouvir as solicitações diretamente nos bairros e centro da cidade. Por que essas sessões foram interrompidas? Não surtiram efeito? Se não, poderiam ser pensadas outras maneiras de chamar a participação dos iguaçuenses. Se surtiram, por que não realizá-las com mais frequência?

Outro ponto para me posicionar contrário ao aumento de vereadores é a consequente elevação de gastos com mais gabinetes, materiais de trabalho, assessores, contas de luz e telefone... Mesmo que o orçamento da Casa suporte esses pagamentos sem ser majorado, defendo a devolução da sobra anual ao Executivo, visando a incrementar os investimentos em infraestrutura.

É isso.

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Ministério Público denuncia prefeito de Foz por improbidade administrativa

O promotor de Justiça Marcos Cristiano Andrade denunciou à Justiça esta semana o prefeito de Foz do Iguaçu, Paulo Mac Donald Ghisi; o procurador do município, Emerson Roberto Castilha; a empresa MNS Comércio e Representações Ltda.; e sua proprietária, Luciana André Vacari.

Na ação civil pública por improbidade administrativa, o Ministério Público constatou a dispensa irregular de licitação para contratar a empresa, que locou — por R$ 150 mil — dois estandes à Secretaria de Turismo no carnaval de Porto Alegre. 

Segundo o MP, a contratada não possuía alvará de funcionamento, e outras empresas deveriam ter participado do processo porque o produto (estandes) não era exclusivo da MNS.

Em caso de condenação, os denunciados poderão ser afastados da função pública, ter os direitos políticos suspensos, ficar proibidos de contratar com o poder público, pagar multa e devolver aos cofres o valor gasto.

Dois pesos e duas medidas

Os R$ 150 mil teriam sido investidos nos estandes, de acordo com a prefeitura, para promover as atrações turísticas locais na capital gaúcha, aproveitando que a Escola de Samba Imperatriz Dona Leopoldina homenagearia a Terra das Cataratas em seu samba-enredo.

Irônico é que este ano o carnaval de rua de Foz do Iguaçu não teve o desfile das escolas de samba, e a Fundação Cultural distribuiu somente R$ 7 mil em prêmios nos concursos de fantasia e de blocos.

Veja, leitor, em vez de investir aquele valor no fomento da festa local, dedicada à sua população e aos turistas, o Executivo preferiu pagar os R$ 150 mil para assistir ao carnaval porto-alegrense. E o pior: cometeu, conforme o Ministério Público, irregularidades que caracterizam o crime de improbidade administrativa.

Política cultural

É notório que a política cultural em Foz deixa a desejar. Durante o ano, a cidade conta apenas com dois eventos organizados pela Fundação Cultural (carnaval e festa do município — Fartal). Não que seja fácil, não despenda empenho dos organizadores, mas um destino turístico mundial necessita de mais opções.

Foz do Iguaçu não possui museu, casa da memória, eventos culturais, espaços descentralizados nos bairros para oficinas de artes e música... Com representantes de aproximadamente 70 etnias, não há um local para reunir objetos dessas culturas, como um museu das nações, ou algo parecido. Encontrar fotos antigas ou publicações locais históricas na biblioteca pública é um sacrifício.

Esta cidade não preserva sua história, isso é fato. E quem não conhece o passado não entende o presente e pode ter dificuldade para construir o futuro.

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Direção defensiva é regra, não exceção

Dirigir defensivamente nada mais é que seguir algumas normas de segurança no trânsito, para evitar acidentes e tornar mais harmônica a relação entre os usuários de vias públicas. Por isso, o bom comportamento de todos, especialmente dos motoristas, é essencial para mudar a realidade violenta apontada nas estatísticas brasileiras.

Quem conduz um veículo, seja ele qual for, deve ter a consciência de que é um potencial causador de acidente, caso não mantenha atitudes corretas no trânsito. Mesmo com anos de experiência, ninguém está livre de envolver-se num sinistro; ou seja, autoconfiança em demasia dever ser substituída por prudência.

A direção defensiva abrange condutas simples, porém muitas vezes deixadas de lado pelos motoristas. Eis algumas:

- manter distância segura para quem transita à sua frente, especialmente em condições adversas como chuva, neblina, ruas mal iluminadas ou mal conservadas;

- sinalizar com antecedência manobras como mudança de faixa, conversões ou entrada em vagas de estacionamento ou guias rebaixadas;

- usar o cinto de segurança e pedir para quem estiver com você também utilizar;

- segurar o volante com as duas mãos;

- evitar falar ao celular ou mexer no aparelho de som com o automóvel em movimento;

- manter a concentração e procurar antecipar possíveis condutas erradas de outros motoristas;

- não furar o sinal vermelho;

- transitar na velocidade regulamentada para a via;

- não ultrapassar em local proibido e se não tiver visão e espaço suficientes nos pontos permitidos;

- conservar o veículo em boas condições de rodagem, fazendo revisões anuais;

- não guiar sem carteira de habilitação ou sob efeito de bebida alcoólica ou outra droga.

Enfim, esses são alguns dos procedimentos fundamentais a qualquer motorista. Sem eles, a probabilidade de ocorrerem acidentes aumenta muito. Então faça a sua parte, respeite as regras, seja consciente!

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Rebeldes sem causa são retirados da USP

“...Minha mãe até me deu essa guitarra
Acha bom que o filho caia na farra
E o meu carro foi meu pai que me deu
Filho homem tem que ter um carro seu
Fazem questão de ver o filhinho tão bonito
Me dão dinheiro pra eu gastar com a mulherada
Eu realmente não preciso mais de nada...”


“...Não vai dar, assim não vai dar
Como é que eu vou crescer sem ter com quem me revoltar
Não vai dar, assim não vai dar
Pra eu amadurecer sem ter com quem me rebelar...

Esses trechos da música Rebelde sem causa, da banda Ultraje a Rigor, caem como uma luva na situação dos estudantes que foram retirados pela PM, hoje pela manhã, da reitoria da USP, por determinação da Justiça.

O grupo de alunos estava acampado no prédio desde o dia 2, para reivindicar o fim do convênio com a Secretaria de Segurança Pública, que reforçou o policiamento no campus, e para suspender os processos administrativos contra quem participou de outros protestos.

Vale lembrar que, antes de ocuparem a reitoria, os acadêmicos haviam tomado conta do prédio administrativo da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas porque três estudantes tinham sido detidos fumando maconha no estacionamento.

Atente, caro leitor, para os motivos da rebeldia dos alunos da maior universidade do Brasil: contra a detenção de acadêmicos usando drogas; a favor do fim do policiamento exigido por eles mesmos após a morte de um acadêmico, em maio deste ano; e pela impunidade àqueles que desrespeitaram regras da instituição de ensino.

Como ver algum fundamento nessas reivindicações, se todas elas descumprem leis e normas para viver em sociedade? Que direito eles pensam ter em atrapalhar o funcionamento da universidade em prol de causas banais e defendidas por uma minoria, num universo imenso de acadêmicos?

Hoje, após a desocupação do prédio, a Polícia Militar encontrou sete bombas caseiras (coquetéis molotov) e rojões com os estudantes. Qual a pretensão deles ao portarem esses artefatos? Qual a razão de terem agredido jornalistas no exercício de sua função? Que direito têm em danificar viaturas da PM e o próprio patrimônio da universidade?

As 70 pessoas presas serão indiciadas por crimes de dano ao patrimônio público e desobediência. Elas só serão liberadas se, cada uma, pagar fiança de R$ 1.050. E esse valor pode subir para até R$ 50 mil, conforme a situação financeira de suas famílias.

Parabéns à polícia e à Justiça pela ação, afinal vandalismo nada tem a ver com reivindicações ordeira por melhores condições de ensino outros anseios de uma comunidade acadêmica.

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Valores dos pedágios devem subir em novembro

O fim do ano se aproxima, centenas de famílias fazem planos de viagem, mas quem mais comemora são as empresas que exploram o pedágio no Paraná. Isso porque, além do movimento intenso nas rodovias, as tarifas devem ser reajustadas.

No ano passado, no mês de novembro, a Justiça autorizou o aumento de 5% no valor das tarifas. O mesmo deve ocorrer este ano, pois há previsão de reajuste anual nos contratos assinados entre as concessionárias no Paraná e o ex-governador (governador?) Jaime Lerner – o paizão do pedágio.

Por isso, se você pretende viajar, saiba que provavelmente desembolsará mais. Mas será que as empresas devolvem aos usuários das rodovias – em obras – uma contrapartida equivalente ao percentual do aumento autorizado pela Justiça todos os anos?

No meu entendimento, não! As concessionárias que exploram o serviço – e principalmente os usuários de rodovias, e como exploram! – são “minas de ouro”, “sacos sem fundo” de dinheiro ganho para permitir ao cidadão exercer um direito fundamental, previsto na Constituição: o de ir e vir.

Nesse caso, se o motorista não tiver o valor da tarifa, é impedido de transpor a barreira, de se locomover, mesmo já pagando impostos específicos para a conservação de estradas, como o Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) e a Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (CIDE), embutida no preço da gasolina.

É revoltante constatar que a cada ano as empresas faturam bilhões de reais e não devolvem aos motoristas obras de vulto, como duplicações, viadutos, trincheiras, terceiras faixas. Os trabalhos se limitam a recapes, sinalização e serviços de pequeno porte.

Oeste do Paraná

Aqui no Oeste do estado, a Ecocataratas administra 387,10 quilômetros da BR-277 e 71,84 quilômetros de estradas de acesso entre Foz do Iguaçu e Guarapuava, passando por 18 municípios. A empresa iniciou as atividades em 1997 e vai explorar o pedágio em suas cinco praças até 2021.

Segundo o site da concessionária, 11 milhões de veículos trafegam pelo trecho de sua responsabilidade em um ano, sendo 55% deles para transporte de cargas – ou seja, caminhões, de diversos tamanhos e vários eixos.

Faturamento

Vamos a um cálculo rápido. Imaginemos que os 45% restantes (4,95 milhões) que transitam de Foz a Guarapuava sejam somente automóveis. Um motorista gasta cerca de R$ 40 nesse percurso. Se multiplicarmos os quase cinco milhões pelo total gasto na viagem, teremos a bagatela de R$ 198 milhões.

Como todos sabem, caminhonetes e micro-ônibus também têm dois eixos, porém pagam tarifas mais caras, o que elevaria muito o faturamento da empresa. E se calcularmos os 55% que transportam a safra, usando como referência o valor cobrado de caminhões com quatro eixos?

Bem, nesse caso um condutor desembolsaria aproximadamente R$ 138 da fronteira a Guarapuava. Esse montante multiplicado pelos 6,05 milhões de caminhões totaliza R$ 834,9 milhões. Mas sabe-se que há caminhões de cinco e até seis eixos, com tarifas mais caras; então a Ecocataratas faturaria muito mais.

Veja, caro leitor, eu considerei os valores mais baixos em cada caso, chegando à incrível soma de R$ 1.032.900.000,00 – isso mesmo, a concessionária arrecadaria mais de um bilhão de reais em um ano.

Agora responda, qual a contrapartida da empresa? O investimento em obras é proporcional ao seu faturamento? Certamente não, e um exemplo muito claro disso é sua negação em construir trincheiras nos trevos de acesso às cidades à beira da BR-277, mesmo com dezenas de acidentes a cada ano.

Essa postura intransigente e pouco humana também se deve à revisão do contrato de concessão no fim do mandato de Lerner, que retirou a obrigatoriedade das empresas construírem viadutos, trincheiras e realizarem duplicações. Ou seja, uma medida totalmente contra o interesse público do povo paranaense!

terça-feira, 4 de outubro de 2011

Disputa-se a melhor colocação ou a medalha mais valiosa

Parece óbvio que em qualquer disputa, esportiva ou não, pessoas ou equipes busquem sempre o melhor resultado. Mas, algumas vezes, já li textos equivocados e escutei colegas da imprensa (rádio e TV) cometerem erros a esse respeito.

Em mais de uma oportunidade me deparei com frases como: “A disputa do terceiro e do quarto lugar será amanhã”. Ou ainda: “As medalhas de ouro e de prata serão decididas hoje”. Talvez, numa leitura rápida, as pessoas não percebam o problema em tais sentenças.

O título deste texto não deixa dúvidas: as disputas são sempre pela melhor colocação e pela medalha mais valiosa. Por exemplo, na final de uma luta de judô, os adversários visam à medalha de ouro; não à de prata. Essa é uma consequência da derrota, embora também tenha seu valor.

Da mesma forma, equipes ou atletas eliminados numa fase semifinal “brigam” pelo terceiro lugar, não por esse e pelo quarto afinal a única medalha em disputa, se for esse o prêmio, é a de bronze.

Portanto, mesmo sendo uma questão simples, é necessário prestar atenção para evitar esse equívoco, principalmente porque a apressada rotina jornalística dá margem para essa e outras confusões.

Até mais.

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Sem a colaboração de todos, a violência no trânsito não diminuirá

A Semana Nacional do Trânsito deste ano tem como tema: “Juntos Podemos Salvar Milhões”. Até o próximo domingo (25), Ministério das Cidades, Denatran e órgãos federais e estaduais realizam uma série de ações com vistas à conscientização sobre o respeito às regras de trânsito.

Entre as atividades está a veiculação de filmes publicitários, a divulgação de cartazes e fôlderes, o trabalho em mídia alternativa como busdoor, taxidoor, e ações em restaurantes, bares, casas noturnas, no Rock in Rio e nas redes sociais, além de blitze educativas.

O esforço, todos os anos, é para conscientizar as pessoas de que os acidentes ocorrem, principalmente, por falha humana. Ou seja, a conduta errada de motoristas e pedestres provoca mortes, sequelas à saúde, ferimentos e danos materiais.

Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) revelam que 1,3 milhão de pessoas morreram, em 178 países, no ano de 2009, em consequência de acidentes de trânsito. Diante dessa realidade, a ONU instituiu em 2010 a “Década Mundial de Ações para a Segurança no Trânsito, com a finalidade de reduzir em 50% as mortes no mundo até 2020.

Todas as campanhas e atitudes são válidas e necessárias, porém o mais importante é que cada pessoa entenda que ela é um possível agente causador de sinistros. As práticas cotidianas ao trafegar pelas vias, urbanas ou rurais, em veículos ou a pé, são preponderantes para um trânsito mais seguro.

Os motoristas sabem que álcool e direção não combinam, entretanto grande parte dos acidentes tem como agravante o consumo de bebidas alcoólicas. E por que isso ocorre? Porque eles bebem e não se veem como possíveis causadores de uma tragédia. Outros, mesmo conscientes de seu estado, arriscam dirigir.

Mas não é somente o consumo de álcool o principal fator gerador de acidentes. A irresponsabilidade, a pressa e o excesso de confiança são tão perigosos quanto trafegar sob o efeito de bebidas alcoólicas ou de drogas. Há vários exemplos de situações capazes de ocasionar sinistros. Entre eles:

Transitar acima da velocidade permitida;
Usar telefone celular ao dirigir;
Não guardar distância segura para o veículo da frente;
Furar o sinal vermelho;
Atravessar fora da faixa de pedestres...

Quem nunca flagrou, ou mesmo cometeu, alguma dessas infrações? Por isso, o segredo para mudar as estatísticas está dentro de cada um de nós. Devemos refletir e tomar atitudes seguras. Ter as leis sempre frescas na memória e colocá-las em prática contribuirão, certamente, para um trânsito mais humano, menos violento e fatal.

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Bebidas alcoólicas e cigarros deveriam financiar a Saúde

Comprovadamente danosas, essas drogas poderiam ser sobretaxadas para custear a demanda do setor

Num momento em que o Congresso Nacional discute a necessidade de se criar um imposto, ou ressuscitar a famigerada CPMF, para financiar o aumento das despesas na saúde pública, por que não fazer com que as empresas de tabaco e de bebidas arquem com os investimentos extras, já que seus efeitos só fazem mal à sociedade? 

O fumo e o álcool provocam doenças, mortes, problemas sociais e obrigam o governo federal gastar milhões por ano para tratar os dependentes e adoentados. Então seria muito justo sobretaxar aqueles produtos, de modo a arrecadar os recursos para oferecer saúde pública de qualidade aos brasileiros e não fazê-los pagar mais tributos. 

O cigarro e bebida viciam e matam, entretanto são drogas autorizadas para o consumo. A venda delas gera lucros exorbitantes às fábricas, na maior parte multinacionais. Ou seja, no mundo inteiro esses produtos nada mais geram que males às pessoas e divisas para governos e fabricantes. 

Essa é a indústria da morte. E os números comprovam isso. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 200 mil brasileiros morrem por ano em decorrência do fumo. Cada cigarro contém 4.700 substâncias tóxicas, que causam cânceres, enfisema, problemas respiratórios, entre outras doenças. A OMS estima que cinco milhões de pessoas faleçam no mundo, por ano, devido ao tabagismo. 

Em relação ao consumo de álcool, a OMS aponta a morte de 2,5 milhões de indivíduos no planeta, a cada ano, por alguma das aproximadamente 60 doenças e ferimentos ocasionados pela droga. Isso sem contar os milhares de óbitos em acidentes de trânsito e em desentendimentos pessoais — consequências diretas do consumo abusivo de bebidas alcoólicas. 

Governo estuda 
a possibilidade 

Recentemente o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, apresentou a sugestão de um pacote que prevê a sobretaxação de cigarros e bebidas. Porém quer incluir o aumento no valor do DPVAT, seguro-obrigatório pago anualmente pelos proprietários de veículos automotores. 

Estaria também incluída a utilização do dinheiro dos royalties do pré-sal, bem como a elevação dos impostos aos bancos e a quem remete dinheiro ao exterior. Cobrar mais dos banqueiros é algo que deveria ocorrer no país há muito tempo, afinal todas as instituições bancárias faturam bilhões por ano com as dezenas de taxas pagas pelos correntistas. 

A mesma prática tributária poderia valer para as fortunas. Quem tem mais pode pagar mais! Contudo, acreditar que isso venha a ocorrer algum dia é utópico, pois os bancos e os ricos continuam a dar as cartas no território tupiniquim.

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Na faixa de pedestres, a preferência é deles!


O Código de Trânsito Brasileiro (CTB) é muito claro no artigo 70, ao determinar a preferência dos pedestres em relação aos veículos, nas faixas destinadas ao cruzamento de vias públicas, quando não houver semáforo. E mais, se existir sinaleiro, os automóveis devem esperar caso alguma pessoa ainda não tenha terminado de atravessar após o sinal ficar verde.

É isso o que estabelece o CTB, porém na prática a regra raramente é obedecida. Basta observar quanto tempo os pedestres permanecem às margens das ruas tentando cruzá-las, até que algum motorista mais bem formado pare ou até o fluxo de carros diminuir, permitindo a passagem.

Em muitos países, há um dispositivo de mudança de sinal junto às faixas de travessia, que as pessoas acionam quando pretendem passar. O mesmo deveria existir no Brasil! Mas enquanto esse sistema não é implantado, se é que algum dia será, a conscientização e, infelizmente, as multas são as melhores formas de educar os motoristas.

Ações educativas poderiam ser desenvolvidas nas cidades brasileiras a exemplo de campanhas pelos meios de comunicação, panfletagem nos semáforos, presença de agentes de trânsito em algumas ruas com faixa de pedestre, fazendo os veículos darem preferência a quem trafega a pé. Enfim, havendo vontade, é possível mudar a realidade.

Educar os condutores sobre o respeito ao pedestre principalmente nas vias com faixa de segurança, mas sem semáforo, é fundamental também para evitar atrito entre eles.

Já observei, muitas vezes, motoristas buzinando, dando sinal de luz, e até mesmo ofendendo outros que dão passagem às pessoas. Isso quando não ocorrem colisões porque quem vem atrás não guarda distância segura em relação ao carro da frente. Pura ignorância!

Em São Paulo, a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) começou a fiscalizar mais intensamente essa infração, no centro da cidade, no dia 8 de agosto. Durante uma semana foram registradas 2.270 autuações.

Vale lembrar que o CTB classifica como infração gravíssima — com sete pontos na carteira e multa de R$ 191,53 — não dar passagem ao pedestre na faixa ou não esperá-lo concluir a travessia. E grave — cinco pontos e multa de R$ 127,69 — não respeitar o transeunte nas conversões.

A conscientização deve abranger ainda os pedestres, para que cruzem as vias públicas somente pela faixa, existindo sinaleiro ou não, pois os acidentes ocorrem também devido à imprudência de quem trafega a pé.

No trânsito, a atenção e o respeito de todos são essenciais para evitar sinistros, dos quais podem resultar mortes, sequelas ou tão-somente danos materiais.

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Vereadores desistem do aumento de cadeiras na Câmara; mas por quê?

Um dia antes da audiência pública para discutir o aumento de 15 para 21 cadeiras no Legislativo iguaçuense, o vereador Hermógenes de Oliveira (PMDB) decidiu pedir a retirada da emenda ampliando em seis o número de colegas na Casa.

O peemedebista se reuniu com os outros cinco vereadores que apoiavam sua proposta — Nilton Bobato (PC do B), Carlos Juliano Budel (PSDB), Edson Narizão (DEM), Sérgio Beltrame (PMDB) e Paulo Rubio (PDT) —, e todos assinaram um requerimento, aprovado por unanimidade, desistindo da ideia.

O clamor popular foi a justificativa para desistir do projeto. E a opinião da comunidade ficou bem clara no abaixo-assinado proposto pela Associação Comercial e Industrial de Foz, subseção local da Ordem dos Advogados do Brasil, e Convention Bureau que reuniu mais de nove mil assinaturas — total suficiente para mover uma ação de iniciativa popular contra o aumento de vagas.

A desistência dos vereadores na véspera da audiência mostra que eles fugiram da discussão. Um tema desses certamente acirraria os ânimos no plenário da Casa. Embora a Constituição permita a uma cidade com o número de habitantes de Foz ter até 21 cadeiras no Legislativo, a enquete na página da ACIFI revela que 86% dos participantes são favoráveis à redução para nove, número mínimo previsto na Constituição.

Vale lembrar que 2012 é ano eleitoral, então não dá para deixar de ver na retirada da proposta uma jogada política com a finalidade de evitar um desgaste maior dos seis vereadores, já pensando numa tentativa de reeleição no próximo ano.

A desaprovação dos iguaçuenses ao aumento de vereadores demonstra a necessidade de debate antes de qualquer proposta polêmica. Os representantes do povo têm o dever de saber o que a população anseia e apresentar projetos em benefício dela.

Hermógenes, Bobato, Budel, Narizão, Beltrame e Paulo Rúbio perceberam, diante da enorme repercussão negativa, que o povo é capaz de defender seus interesses, especialmente quando incentivado.

Mas Hermógenes está certo quando diz que o apoio da ACIFI, OAB, demais entidades de classe e de representação popular é importante também em outros casos, como a duplicação da BR-277, a construção de viadutos nos trevos de acesso a Foz, e no papel de fiscalizar o Executivo.

A sociedade precisa organizar-se e lutar pelos seus interesses sempre. Só assim conquistará os benefícios que a união pode garantir. Iniciativas isoladas, além de não terem a mesma força, podem induzir ao pensamento de que só há mobilização em casos específicos, os quais atendam a anseios de determinados segmentos da cidade.

terça-feira, 12 de julho de 2011

Vassalos garantem a vitória patronal em negociação da CCT

Categoria foi derrotada por ela mesma, ao aceitar esmola de patrões
Nove meses de luta em prol da nossa desunida classe terminaram ontem à noite, após a maioria dos jornalistas do Paraná ter concordado com a proposta patronal para o fechamento da Convenção Coletiva 2010/2011.
Em assembleias nas cidades de Curitiba, Ponta Grossa, Foz do Iguaçu e Cascavel, 110 colegas optaram por aceitar o ridículo aumento real de 0,32% -- ou R$ 6,55 -- nos salários. Outros 75 mantiveram a dignidade e recusaram a gorjeta patronal.
É lamentável que depois de 14 anos só recebendo a reposição inflacionária, a mais intensa batalha encampada pela categoria tenha sido sepultada pela fraqueza, temor e vassalagem de quem se posicionou em favor dos patrões, contra a própria classe.
Aos profissionais que tentaram prosseguir em busca de algo melhor, meu respeito -- em especial aos daqui de Foz do Iguaçu e de Cascavel. Nessas cidades, os jornalistas sabem muito bem o seu valor e mostraram não temer as ameaças de represália do empresariado, vencendo nas urnas.
Aqui na fronteira, 18 pessoas votaram não à proposta dos patrões, contra apenas três que a aceitaram. Em Cascavel, 11 ficaram ao lado da categoria; e sete, contra. Na capital do estado, 91 colegas se posicionaram pró-aumento de 0,32%; 46, contra. E em Ponta Grossa, a maior decepção: nove a zero para a oferta empresarial.
Consequências
Essa derrota, embora legítima porque expressou a opinião da maioria, certamente dificultará as próximas negociações. Vale lembrar que a próxima data-base já é em outubro. Ou seja, nem bem foi fechada a CCT, as conversas entre os sindicatos vão reiniciar.
E qual a consequência? Mais tentativas patronais de achatar a categoria, como ocorre em todo o começo de negociação. Fortalecidos pela vitória, os empresários visarão, a todo custo, a tirar direitos adquiridos dos jornalistas, como a carga horária de cinco horas, o piso salarial e as horas extras de 100%.
Aos que aceitaram o aumento (ir)real R$ 6,55 no salário, bom proveito dessa migalha. Mas saibam que, a partir de agora, um reajuste digno, capaz de compensar as perdas de 14 anos, ficará impossível de se conseguir.
E outro detalhe: a diferença salarial destes nove meses de negociação provavelmente será parcelada, ou alguém acredita que os patrões vão pagar à vista sabendo que seus vassalos aceitam qualquer esmola?
A nós que mantivemos a dignidade é difícil se conformar, porém não podemos desistir da luta, pois se isso acontecer contribuiremos ainda mais para desestruturar a profissão e sofreremos golpes piores e irreversíveis.

sexta-feira, 1 de julho de 2011

Tome cuidado com o pleonasmo vicioso

Descer para baixo, subir para cima, entrar para dentro, sair para fora... Se você já escutou ou leu algumas dessas expressões, presenciou um vício de linguagem conhecido como pleonasmo vicioso; ou seja, a repetição desnecessária de algum termo ou ideia na frase, uma redundância.
Os exemplos acima são clássicos, de fácil identificação, mas a lista é bem maior - por isso o pleonasmo ocorre muitas vezes sem que as pessoas percebam. Confira alguns casos desse vício:
  • Os corajosos encaram os problemas de frente.
  • Meus tios conviveram juntos por 20 anos, antes da separação.
  • Por que gritar tão alto?
  • O prefeito municipal vai inaugurar a escola amanhã.
Eis uma lista com mais exemplos de pleonasmo vicioso:

Há anos atrás
Pequenos detalhes
Conclusão final
Maluco da cabeça
Hemorragia de sangue
Acabamento final
Amanhecer o dia
Surpresa inesperada
Certeza absoluta
Elo de ligação
Encarar de frente
Dupla de dois
Verdade verdadeira
Olhar com os olhos
Isto é um fato real
Voltar de novo
Repetir mais uma vez
Plebiscito popular
Restaurar o velho
Inaugurar novo
Amigo pessoal
Duas metades
Consenso geral
Habitat natural
Ganhar grátis
Labaredas de fogo
Erário público
Seu critério pessoal
Abusar demais
Prefeito municipal
Multidão de pessoas
Estreia pela primeira vez
Gritar alto
Subir para cima
Descer para baixo
Entrar para dentro
Sair para fora
Pessoa humana
Unanimidade de todos
Última versão definitiva

terça-feira, 28 de junho de 2011

Jornal volta a defender demissão de cobradores do transporte coletivo

Argumento, agora, é que manutenção desses trabalhadores aumentaria valor da passagem
Quinze dias após posicionar-se, no editorial, favorável à dispensa dos cobradores nos ônibus do transporte coletivo em Foz, a Gazeta do Iguaçu volta a insistir na demissão desses profissionais. Na edição desta terça-feira, alega, na página B3: “A manutenção dos cobradores no sistema de transporte público da cidade incide diretamente no preço final da passagem”.
A afirmação, extremamente apelativa, teria o objetivo de colocar a população contra a categoria? Vale lembrar que dezenas de fatores influenciam na tarifa, não apenas a presença daqueles trabalhadores no quadro das empresas.
Se o leitor não tem conhecimento, o diário pertence ao senhor Erminio Gatti — também proprietário da Viação Itaipu, integrante do Consórcio Sorriso (sorriso?), que explora o transporte público municipal.
Mais uma vez, quem prestou o desserviço à população e atacou centenas de profissionais não se identifica, assinando o texto como “Da Redação”. E, pior, sem nenhum embasamento, afirma na linha fina da matéria: “Enquanto na maioria das cidades brasileiras atividade de cobrador já foi abolida em Foz questão ainda gera discussão” (sic).
Esse argumento aparece mais duas vezes, porém sem dados nem fala de alguém que o ratifique. Segundo o IBGE, existem 5.565 municípios no Brasil. Então, como pode o jornal sustentar que em pelo menos 2.783 cidades os cobradores foram extintos dos ônibus?
Uma fonte, que pediu para não ser identificada, pois certamente sofreria represálias, revelou a este jornalista que uma forma gradual de diminuir o número de cobradores — e já ocorreria na prática — é passá-los para o lugar de alguns motoristas, que, já aposentados, continuariam a trabalhar.
Se isso estiver acontecendo, ainda assim dezenas de cobradores ficariam desempregados, pois não há estrutura nas empresas para absorvê-los em outros setores, que já contam com seus profissionais. Portanto, o diário iguaçuense demonstra não se preocupar com o desemprego e as consequências dele para muitas famílias.
O proprietário da Gazeta do Iguaçu e da Viação Itaipu, por meio de asseclas no jornal, revela à sociedade seu interesse real: faturar mais, nem que isso sobrecarregue os motoristas — como já ocorre nos micro-ônibus — e aumente o tempo da viagem ao longo do itinerário. Então, pode-se inferir sua preocupação com o lucro, em detrimento de um bom serviço aos usuários e do bem-estar de cobradores e seus dependentes.
Esse é o retrato da imprensa escrita de Foz do Iguaçu, refém de somente um diário — representante dos interesses econômicos de seu proprietário e atrelado politicamente ao governo municipal.
Não é assim que se faz jornalismo sério, profissional, com ética, isenção, pluralidade de fontes, confronto de informações...
Foz do Iguaçu merece um jornal comprometido com os leitores, que cumpra o papel social da imprensa.
É bom deixar claro que nenhum meio de comunicação é 100% isento, afinal interesses capitalistas e políticos predominam nessa área, mas isso não dá a ninguém o direito de pressionar pelo fim de uma categoria profissional por razões particulares.