Fim
dos anos 80. O país se prepara para a primeira eleição presidencial direta após
a ditadura militar. Apoiado pela mídia, desponta para o Brasil o governador de
Alagoas, Fernando Collor de Mello. Por manter um discurso enérgico de combate à
corrupção e travar uma briga contra funcionários públicos alagoanos que recebem
altos salários, passa a ser chamado de “Caçador de Marajás”.
Com a imagem valorizada pelo marketing e pela imprensa, principalmente pelos meios de comunicação que temiam a vitória de Lula, é eleito presidente da República em 1989. Sua gestão é marcada por fatos inesquecíveis, como o confisco da poupança e a renúncia em 1992. Mas não apenas por isso, afinal Collor adorava ser notícia em aventuras como jogging com tênis importados, aulas de caratê e passeio em avião de caça da Força Aérea Brasileira.
Também ganha evidência pela abertura econômica, a qual permite a importação de centenas de produtos, entre eles automóveis. E não poderia ser diferente, pois ainda durante a campanha eleitoral afirma que os carros brasileiros da época “pareciam carroças” se comparados aos estrangeiros. Nisso ele tinha razão, já que os modelos eram bastante espartanos. A partir daí, importados passam a ser vistos nas ruas e, gradualmente, as montadoras começam a sofisticar os veículos aqui produzidos.
Passam-se 23 anos. Nesse tempo, a indústria automobilística nacional cresce, moderniza-se e lança centenas de modelos – alguns inclusive referência para o mercado internacional. Apesar do enorme salto de qualidade, o país não acompanha os mercados estrangeiros, especialmente o europeu e o norte-americano. Embora existam carros de luxo capazes de atender às necessidades dos consumidores brasileiros, eles parecem ainda não ser capazes de satisfazer o hoje senador Fernando Collor.
Os superesportivos
Terça-feira, 14 de julho de 2015. Uma das principais notícias do dia: Polícia Federal apreende um Lamborghini Aventador LP 700-4 Roadster, um Porsche Panamera S e uma Ferrari 458 Italia na Casa da Dinda, residência de Collor em Brasília. Motivo: o parlamentar é investigado na Operação Politeia – fase da Operação Lava Jato que apura suposto envolvimento de políticos na corrupção praticada na Petrobras. Somados, os valores dessas supermáquinas chegam a R$ 5 milhões.
Quem diria, depois de voltar à política, novamente o “Caçador de Marajás” se vê envolvo em denúncias de corrupção. Além disso, vale ressaltar que os superesportivos apreendidos acumulariam dívidas atrasadas. A Ferrari teria R$ 86 mil em débitos de IPVA não quitado; o Lamborghini, R$ 250 mil. Ambos estão registrados em nome de uma empresa da qual o parlamentar é sócio. O Porsche, emplacado em Alagoas, sequer foi totalmente pago ao antigo proprietário. O empresário Luiz Gustavo Malta Araújo alega que vendeu o veículo para a TV Gazeta, da qual Collor é sócio, mas ainda não recebeu R$ 300 mil dos R$ 550 mil acertados pela venda.
A frota de luxo é ainda maior
Não bastasse a ostentação de ter na garagem um Lamborghini, uma Ferrari e um Porsche, o senador possui outros 13 importados, declarados à Justiça Eleitoral em 2014, que totalizam mais R$ 3 milhões aproximadamente. Na coleção, ainda há: Ferrari Scaglietti, Mercedes E320, Cadillac SRX, BMW 760IA, Toyota Land Cruiser, Citroën C6, Land Rover, Hyundai Vera Cruz, Honda Accord, Kia Carnival, Volkswagen Gol 1.6 Rallye e duas Toyotas Hilux. Sem dúvida, uma frota que só um magnata pode comprar e manter!
Irônico e patético que um político alçado à condição de “Caçador de Marajás” viva como um deles e tenha os bens milionários apreendidos numa investigação da Polícia Federal.
Com a imagem valorizada pelo marketing e pela imprensa, principalmente pelos meios de comunicação que temiam a vitória de Lula, é eleito presidente da República em 1989. Sua gestão é marcada por fatos inesquecíveis, como o confisco da poupança e a renúncia em 1992. Mas não apenas por isso, afinal Collor adorava ser notícia em aventuras como jogging com tênis importados, aulas de caratê e passeio em avião de caça da Força Aérea Brasileira.
Também ganha evidência pela abertura econômica, a qual permite a importação de centenas de produtos, entre eles automóveis. E não poderia ser diferente, pois ainda durante a campanha eleitoral afirma que os carros brasileiros da época “pareciam carroças” se comparados aos estrangeiros. Nisso ele tinha razão, já que os modelos eram bastante espartanos. A partir daí, importados passam a ser vistos nas ruas e, gradualmente, as montadoras começam a sofisticar os veículos aqui produzidos.
Passam-se 23 anos. Nesse tempo, a indústria automobilística nacional cresce, moderniza-se e lança centenas de modelos – alguns inclusive referência para o mercado internacional. Apesar do enorme salto de qualidade, o país não acompanha os mercados estrangeiros, especialmente o europeu e o norte-americano. Embora existam carros de luxo capazes de atender às necessidades dos consumidores brasileiros, eles parecem ainda não ser capazes de satisfazer o hoje senador Fernando Collor.
Os superesportivos
Terça-feira, 14 de julho de 2015. Uma das principais notícias do dia: Polícia Federal apreende um Lamborghini Aventador LP 700-4 Roadster, um Porsche Panamera S e uma Ferrari 458 Italia na Casa da Dinda, residência de Collor em Brasília. Motivo: o parlamentar é investigado na Operação Politeia – fase da Operação Lava Jato que apura suposto envolvimento de políticos na corrupção praticada na Petrobras. Somados, os valores dessas supermáquinas chegam a R$ 5 milhões.
Quem diria, depois de voltar à política, novamente o “Caçador de Marajás” se vê envolvo em denúncias de corrupção. Além disso, vale ressaltar que os superesportivos apreendidos acumulariam dívidas atrasadas. A Ferrari teria R$ 86 mil em débitos de IPVA não quitado; o Lamborghini, R$ 250 mil. Ambos estão registrados em nome de uma empresa da qual o parlamentar é sócio. O Porsche, emplacado em Alagoas, sequer foi totalmente pago ao antigo proprietário. O empresário Luiz Gustavo Malta Araújo alega que vendeu o veículo para a TV Gazeta, da qual Collor é sócio, mas ainda não recebeu R$ 300 mil dos R$ 550 mil acertados pela venda.
A frota de luxo é ainda maior
Não bastasse a ostentação de ter na garagem um Lamborghini, uma Ferrari e um Porsche, o senador possui outros 13 importados, declarados à Justiça Eleitoral em 2014, que totalizam mais R$ 3 milhões aproximadamente. Na coleção, ainda há: Ferrari Scaglietti, Mercedes E320, Cadillac SRX, BMW 760IA, Toyota Land Cruiser, Citroën C6, Land Rover, Hyundai Vera Cruz, Honda Accord, Kia Carnival, Volkswagen Gol 1.6 Rallye e duas Toyotas Hilux. Sem dúvida, uma frota que só um magnata pode comprar e manter!
Irônico e patético que um político alçado à condição de “Caçador de Marajás” viva como um deles e tenha os bens milionários apreendidos numa investigação da Polícia Federal.
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