quinta-feira, 27 de agosto de 2015

Trincheira concluída. Até que enfim! E agora?

Depois de dois anos e quatro meses foi, enfim, entregue a trincheira na Avenida Paraná, sob a BR-277, ligando o centro e a Vila A. Desde meados de agosto, os motoristas não precisam mais esperar uma eternidade, muito menos arriscar-se, para cruzar a rodovia, como ocorreu por anos.

A obra terminou, e o resultado ficou muito bom, com duas pistas novinhas em ambos os sentidos, sinalização adequada, trânsito fluindo bem e com segurança. Ótimo! Viva! Maravilha! Calma..., não há motivo para tanta empolgação. Se por um lado a trincheira facilitou a vida da população, por outro a benfeitoria vai ser paga também – e como sempre – pelo povo, em especial os usuários da BR-277. E todos eles, independentemente se moradores ou não da cidade.

Como assim? Com o acréscimo de 0,48% sobre o índice do próximo reajuste no preço do pedágio. Ou seja, até quem não utiliza a trincheira vai desembolsar a mais na correção anual para amortizar o investimento da Ecocataratas.

Esse foi o acordo que o governo estadual fez com a concessionária que explora a 277 entre Foz e Guarapuava, para que ela assumisse o trabalho. Inicialmente era outra a empresa responsável pela construção, mas o contrato acabou rescindido depois de a obra ficar embargada por oito meses por falta de segurança aos trabalhadores.

Sobrepreço

Contudo o atraso no término dos trabalhos não gerou apenas transtornos aos motoristas em outros pontos da cidade, com engarrafamentos e acidentes na Avenida JK, no trevo de entrada de Foz na BR-277 e nas imediações desses locais. Provocou também um absurdo sobrepreço de 57,5% no valor original da trincheira. Orçada em R$ 8 milhões, custou R$ 12,6 milhões!

Dessa forma, pelo preço de uma, quase poderiam ter sido construídas duas trincheiras – ou alguma obra de engenharia que desse mais segurança a quem chega à cidade ou acessa a 277 em direção ao CTG Charrua vindo da Costa e Silva. Afinal, pela intensidade de veículos ali, chega a ser, no mínimo, ridículo um cruzamento como aquele. 

E para completar o disparate, no ato da inauguração da obra, foram colocadas placas “Viaduto Governador José Richa” nas laterais da pista da BR-277 sobre a trincheira. Isto é, construíram uma coisa e inauguraram outra. É cômico – tão quanto a denominação escolhida para o local, nitidamente para agradar ao ego do atual governador, filho do homenageado.

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