domingo, 7 de dezembro de 2014

Vá e volte de sua viagem em segurança

Tem planos de viajar para comemorar as festas de fim de ano? Destino definido, família avisada e hotel reservado? Enfim, tudo planejado, restando só pegar a estrada? Bacana, porém não se esqueça de incluir nesse planejamento a revisão do veículo, afinal ele é fundamental para você ir e voltar de seu passeio sem transtornos. Lembre-se de que a demanda nas oficinas aumenta neste mês, portanto não deixe para realizar o checape no seu carango em cima da hora.

Mas para que a viagem transcorra sem problemas e, principalmente, em segurança, não basta revisar o automóvel nem carregar as bagagens e a família e encarar a rodovia. O essencial, especialmente nesta época de mais movimento nas estradas, é manter a prudência. O importante é chegar bem, não rápido! Portanto não solte o “espírito de piloto” que possa existir em você. Tenha em mente que a maioria dos acidentes pode ser evitada desde que os motoristas respeitem o limite de velocidade e não façam ultrapassagens indevidas.

Por mais que as polícias rodoviárias repassem dicas de segurança e que as estatísticas divulgadas na imprensa revelem o número de acidentes, de óbitos e de feridos, nada parece mudar de um ano para outro. E por quê? Porque falta consciência por parte dos motoristas, sobretudo aos que adotam uma direção ofensiva. Não fosse isso, se cada um dirigisse com prudência e atenção redobrada, os índices apresentariam queda e não seria preciso tomar medidas mais rigorosas para tentar evitar as infrações.

Nova lei

Vale lembrar que em 1º de novembro começou a vigorar a Lei 12.971, alterando 11 artigos do Código Brasileiro de Trânsito. A norma prevê, conforme a situação, sanções mais severas como o aumento em dez vezes do valor da multa. Por exemplo, uma infração bastante comum nas estradas é forçar passagem entre veículos que trafegam em sentido oposto. Nesse caso, a multa passou de R$ 191,54 para R$ 1.915,40, mais a suspensão do direito de dirigir.  

Outras infrações comumente praticadas são ultrapassagens pelo acostamento, em interseções, em passagem de nível e em locais proibidos, como curvas ou pela direita. Nesses casos, a pontuação na carteira foi de cinco para sete pontos, e o valor da multa subiu para R$ 957,70 – 650%. Aqui no Paraná, tais condutas geraram 55 mil autos de infração de janeiro a agosto de 2014, segundo o Detran. Ou seja, isso mostra falta paciência, bom senso e consciência aos condutores. 

Para saber se o endurecimento na punição vai resultar em menos multas e acidentes, é necessário esperar o balanço habitualmente divulgado pelas autoridades de trânsito. Este será o primeiro período de festas (Natal, ano-novo e carnaval) após a mudança na legislação, então será possível comparar os números. 

O ideal seria a manutenção permanente de campanhas educativas, a massificação, o trabalho incansável para reduzir os acidentes e buscar a adoção de uma direção defensiva. O aumento das penalidades isoladamente talvez não seja suficiente para mudar a realidade brasileira, mas pode colaborar em parte, pois as pessoas parecem aprender com mais facilidade quando “pesa no bolso”. Não deveria ser assim.

sábado, 25 de outubro de 2014

Curitiba pode ter a “Lei da Bicicleta”

Referência nacional em mobilidade urbana, embora com problemas, a exemplo das médias e grandes cidades brasileiras, Curitiba pode ser a pioneira no país a ter a “Lei da Bicicleta”.

Um projeto de iniciativa popular (Projeto de Lei da Mobilidade Urbana Sustentável – Lei da Bicicleta) tramita na Câmara Municipal, onde já foi aprovado pela Comissão de Urbanismo, Obras Públicas e Tecnologias da Informação. Agora, será analisado pela Comissão de Direitos Humanos, Defesa da Cidadania e Segurança Pública e pela Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, antes de ser discutido em plenário.

A iniciativa partiu da Associação Paranaense de Encaminhamento Legislativo Autônomo e foi acatada como projeto pela Comissão de Participação Legislativa. A proposta prevê a implantação de ciclovias e ciclofaixas em 5% das vias urbanas da capital. Outra sugestão é a criação de bicicletários ou estacionamentos em terminais do transporte coletivo, estabelecimentos de ensino, complexos comerciais, praças e parques públicos.

O projeto ainda contempla a existência de postos de locação de bicicletas em pontos estratégicos, a exemplo do que ocorre em outras cidades brasileiras e estrangeiras. Além disso, considera a realização de campanhas educativas e sensibilizadoras para incentivar o uso das “magrelas” como meio regular de transporte.

Em colunas anteriores, já abordei a utilização das bikes como uma boa alternativa de mobilidade urbana. Entre as vantagens estão, principalmente, a redução de veículos nas ruas e os benefícios para a saúde e para o meio ambiente. Apesar de as bicicletas já serem bastante utilizadas para a população locomover-se a trabalho ou a lazer, a existência de uma lei poderia fomentar o uso desse meio.

Por si só, a proposta de criar estacionamentos para elas já é um estímulo ao seu uso, afinal muitas vezes os adeptos a essa forma de locomoção a deixam de lado no dia a dia por simplesmente não haver um local próprio para abrigá-las. Com pontos específicos em parques, centros comerciais, instituições de ensino, entre outros de concentração humana, certamente mais pessoas fariam das bicicletas seu principal meio de transporte.

Igualmente interessante seria a existência de postos de locação em que o usuário pudesse pegar a “magrela” em um local e deixá-la em outro. Esse sistema faria dela uma alternativa aos tradicionais ônibus e táxis, podendo deslocar-se unindo os benefícios do exercício físico ao prazer de pedalar, sem a necessidade de ter uma bike própria.

Caso a “Lei da Bicicleta” seja aprovada, sem dúvida a cidade e a população só terão a ganhar. Mas é preciso que os legisladores municipais agilizem o processo, pois o projeto foi protocolado na Câmara em novembro de 2013. Mesmo não sendo uma questão de extrema urgência, o poder público deve assumir seu papel em busca de soluções para o problema da mobilidade urbana nos grandes centros.

sábado, 27 de setembro de 2014

Dia Mundial Sem Carro x Precariedade do Transporte Público

O Dia Mundial Sem Carro, lembrado com atividades em várias cidades do planeta em 22 de setembro, foi criado na França no ano de 1997 com a finalidade de provocar uma reflexão sobre o uso excessivo dos veículos automotores e propor a utilização de outras formas de deslocamento. No Brasil, a iniciativa é desenvolvida desde 2001.

Esse estímulo à adoção de meios alternativos de transporte, reduzindo a dependência de carros e motos, é fundamental para melhorar a qualidade de vida, reduzir o estresse, diminuir o número de acidentes, entre outros benefícios ao meio ambiente e à saúde, sobretudo nas grandes cidades, onde a concentração de veículos gera as piores consequências.

Mundo afora, o dia 22 de setembro tem a adesão especialmente de grupos de ciclistas, que fazem das “magrelas” sua principal forma de deslocamento. E quem opta pelas bicicletas realmente só tem a ganhar, pois, ao mesmo tempo em que realiza uma atividade física saudável, escapa dos congestionamentos estressantes e dos transtornos do transporte de massa.

Mas nem todas as pessoas gostam ou podem utilizar as bikes para se locomover, não restando alternativa para chegar aos seus compromissos que não os veículos motorizados próprios ou públicos. E nesse caso, é incomparável a comodidade entre um carro e os coletivos (ônibus, metrôs, trens...).

Aqui em Curitiba, considerada modelo em transporte público, é fácil perceber por que milhares de pessoas não trocam os automóveis ou as motos pelos coletivos. Nos horários mais concorridos do dia, os ônibus rodam lotados, apesar do grande número de carros para cada linha e da existência dos famosos articulados e biarticulados, da linha Circular Centro, linha Inter-Hospitais e ligeirinhos, que se constituem opções para os usuários do sistema.

Em 2013, segundo estatística da URBS, 2.225.000 passageiros utilizaram – por dia – os ônibus da Rede Integrada de Transportes (RIT), que liga a capital às 14 cidades da região metropolitana. Diante dessa realidade, por mais estruturada que seja a rede, o que se vê na hora do rush são terminais, pontos de parada e estações-tubo lotados, pessoas embarcando antes mesmo do desembarque de outras, lotação, pisões, passageiros concentrados nas portas... Enfim, cenas que não condizem com a fama de cidade-modelo.

O fato é que, para o Dia Mundial Sem Carro conseguir melhores resultados, é necessário também que o poder público melhore a mobilidade urbana. Somente com condições mais dignas as pessoas trocariam o conforto dos seus veículos pelo transporte de massa – mesmo a viagem de ônibus sendo mais rápida pelas vias exclusivas (onde elas existem).

Mas é claro que cada um pode e deveria fazer a sua parte. Por que não deixar o carro em casa para se deslocar em trajetos curtos? Ou então que tal usar menos vezes na semana o veículo particular? E ainda por que não adotar a carona ou o compartilhamento veicular como alternativa?

domingo, 31 de agosto de 2014

Você faz uso severo do seu veículo?

O que vem à sua mente ao ouvir falar em uso severo de veículos? Talvez a ideia imediata seja rodar bastante todos os dias. Se você pensa assim, saiba que é um equívoco, pois utilizar pouco o carro – seja na frequência ou na quilometragem – também é usá-lo severamente.

O uso severo caracteriza-se por condições às quais o veículo é submetido. Entre elas, a distância percorrida diariamente. Como todo carro é feito para rodar, não para permanecer parado, usá-lo num percurso inferior a dez quilômetros por dia provoca um desgaste prematuro de alguns itens.

O motor, por exemplo, pode desgastar-se tão ou até mais que o de um veículo que percorre uma distância maior, isso porque o óleo lubrificante não atinge a temperatura adequada para o seu melhor funcionamento.

Da mesma forma, outros líquidos de lubrificação, equipamentos e peças de vedação podem perder a eficiência mais precocemente. É o caso de fluido de freio, sapatas de freio, graxa, mangueiras, filtros, sistema de ar condicionado, entre outros. Ao não serem utilizados (ou se pouco usados), esses itens ressecam, racham ou não cumprem o papel como deveriam.

Outra situação que caracteriza uso severo é enfrentar congestionamentos, pois o propulsor permanece muito tempo em marcha lenta (ligado com o veículo parado ou em deslocamentos curtos). Também provoca esse tipo de desgaste aquecer o motor, por muito tempo, nos dias frios antes de sair pela manhã. O ideal é deixar que a temperatura seja elevada com o automóvel em movimento.

Rodar com frequência em vias sem pavimentação ou em locais com muitas partículas suspensas no ar, perto de indústrias, siderúrgicas, marmorarias, afeta o sistema de filtragem do ar. E fazer constantes viagens levando muito peso, seja em carga ou número de pessoas, e utilizar o reboque também são exemplos de uso severo.

Portanto são inúmeras as situações que provocam desgaste prematuro. Por isso é importante realizar as manutenções preventivas no prazo correto ou até antecipá-las conforme a utilização do veículo. O ideal é seguir as orientações do Manual do Proprietário, o qual informa sobre o uso severo e indica como proceder.

Por falar nele, você já leu o do seu veículo?

quinta-feira, 31 de julho de 2014

Quando usar vírgula antes da letra “e”

Pode parecer estranho, mas a vírgula deve ser usada antes da letra “e” em alguns casos. 

Você sabe em quais? Vamos a eles:

1º) Orações com sujeitos diferentes.

Nesse caso, para evitar ambiguidade, a vírgula precisa ser utilizada, separando os sujeitos da frase.

Ex.: O juiz marcou a falta, e o jogador reclamou.

Perceba que a ação do juiz se encerra. Se não for utilizada a vírgula, tem-se a impressão de que terá continuidade, como nesta oração:

O juiz marcou a falta e deu cartão amarelo ao jogador.

Ou então:

·         Minha prima foi ao cinema, e meu primo foi ao show.

Sem a vírgula, a ideia é que a ação da prima prossegue:

Minha prima foi ao cinema e comprou pipoca antes da sessão.

Note a diferença nestes outros exemplos:

·        O governo anunciou a medida, e a população reclamou.

·        O governo anunciou a medida e não agradou à população.

·         A cantora recebeu o prêmio, e seus pais ficaram emocionados.

·         A cantora recebeu o prêmio e ficou emocionada.

2º) Quando o “e” for conjunção adversativa.

O “e” é empregado com mais frequência como conjunção aditiva, ou seja, para ligar palavras e orações, com sentido de adição.

Ex.: Comprei uma calça preta e uma camisa branca.

Mas também pode ser uma conjunção adversativa, isto é, indicar relação de contrariedade, oposição – sinônimo de: mas, porém, todavia, entretanto, contudo...  Nesse caso é preciso virgular a frase. Veja:

O aluno estudou muito, e (mas) não passou no exame.

·        A candidata era a mais bonita, e (porém) não foi a vitoriosa.

·        O salão mudou para uma sede maior, e (contudo) não ampliou os serviços.

3º) Repetição da conjunção (polissíndeto).

Polissíndeto é a repetição de uma conjunção na mesma frase, sendo opcional o uso da vírgula.

A criança chorava e soluçava e gritava e reclamava.

·        A criança chorava, e soluçava, e gritava, e reclamava.

·        Talvez viaje em outubro ou novembro ou dezembro.

·        Talvez viaje em outubro, ou novembro, ou dezembro.


É isso. Até mais.

segunda-feira, 26 de maio de 2014

Endurecimento contra os rachas funcionará?



De cinco a dez anos de reclusão. Essa é a pena prevista para quem provocar morte ao participar de racha em via pública. Pelo menos é o que está previsto na Lei nº 12.971/2014 (artigo 308, § 2º), sancionada pela presidente Dilma Rousseff no dia 12 de maio. A norma, que passará a vigorar em novembro, altera 11 artigos do Código de Trânsito de Brasileiro (CTB), entre eles os que tratam da promoção e participação nos populares pegas, com vistas a endurecer as penalidades.

Para lesão corporal grave decorrente desse crime, a previsão legal é de três a seis anos de reclusão. Mesmo que não ocasione vítimas, a lei prevê detenção de seis meses a três anos, mais multa e suspensão do direito de dirigir aos motoristas que participarem de disputas não autorizadas em via pública. A lei ainda determina reclusão de dois a quatro anos para quem dirigir sob efeito de álcool ou outra substância psicoativa, além da suspensão do direito de dirigir.

A legislação também aumenta o valor das multas em até dez vezes, podendo chegar a R$ 1.915,40, conforme a infração cometida, com a possibilidade de o montante dobrar em caso de reincidência no período de 12 meses. Em suma, com a nova lei, o CTB passa a prever medidas administrativas e penais mais rigorosas. E não poderia ser diferente, afinal matar ou deixar lesões graves em alguém é algo que merece punição exemplar.

Veículos são verdadeiras armas nas mãos de irresponsáveis que fazem de pista de corrida as vias públicas. Movidos por uma suposta adrenalina, muitos inconsequentes chegam a investir na preparação dos carros e realizam suas disputas geralmente de madrugada em cidades com ruas e avenidas mais amplas. Mas para esses criminosos, qualquer espaço serve – menos os locais apropriados, os autódromos, que poderiam ser alugados para a promoção dessas corridas. Porém não se pode esperar bom senso de bandidos.

As perguntas que ficam são: o endurecimento da punição vai inibir os rachas? A lei será aplicada com todo seu rigor a quem se envolver nas disputas ou provocar lesão ou morte de inocentes? Para ambas, eu responderia não. E por quê? É simples, porque não acredito que os cabeças-ocas metidos a piloto vão intimidar-se e porque a Justiça ainda precisa dar respostas mais céleres a muitos casos que afetam a sociedade e permanecem impunes.

Só para citar um, quem não se lembra do acidente envolvendo o ex-deputado estadual paranaense Luiz Fernando Ribas Carli Filho, no qual o carro que ele dirigia atingiu o de dois jovens, provocando a morte de ambos? A tragédia ocorreu em 2009, em Curitiba, mas só em fevereiro deste ano o Tribunal de Justiça do Paraná decidiu que o ex-parlamentar irá a júri popular.

Esse caso nada tem a ver com a disputa de racha, mas precisa de resposta exemplar do Poder Judiciário. Vale lembrar que a defesa recorreu ao Superior Tribunal de Justiça (STJ). Então, até o STJ manifestar-se (sabe-se lá quando!), continuará permeando entre os familiares e amigos das vítimas o sentimento de impunidade.

segunda-feira, 28 de abril de 2014

Bicicletas elétricas são uma boa opção de transporte


Não é de hoje que o homem utiliza as “magrelas” para sua locomoção. Os primeiros modelos surgiram no início do século 19. Com o tempo, os projetos foram sendo aperfeiçoados e ganharam adeptos no mundo todo. Atualmente, as bicicletas são os meios de transporte mais utilizados no planeta. Algumas cidades, como Amsterdã, na Holanda, são famosas por possuírem um intenso uso de bikes – segundo a prefeitura, são mais de 550 mil.
E não faltam razões para o número de ciclistas ser enorme, afinal as bicicletas têm valor acessível, permitem a realização de exercícios físicos e são uma forma rápida e não poluente de as pessoas se locomoverem. Mas mesmo com os benefícios à saúde e ao meio ambiente, bem como diante de outras vantagens, a utilização delas em massa no dia a dia ainda deixa muito a desejar no Brasil.
E por quê? Bem, alguns dos fatores são a falta de ciclovias ou ciclofaixas, o receio de se transitar em meio aos veículos maiores nas vias públicas, o clima brasileiro, a inexistência de locais apropriados para estacionar as bikes, e até mesmo o comodismo das pessoas. Entretanto, para pelo menos dois desses desmotivadores, há uma boa alternativa: as bicicletas elétricas. Ainda novas no mercado nacional, elas poderiam ser uma saída interessante para quem quer trocar o carro ou o ônibus para deslocar-se durante a semana.
Por combinarem a propulsão mecânica (pedais) com a elétrica, reduzem o esforço físico e, consequentemente, o suor; ou seja, com elas é possível ir ao trabalho, por exemplo, fazendo uma atividade física sem chegar suado. O usuário pode optar pelo deslocamento só por meio do motor, aliando as pedaladas ao funcionamento elétrico, ou apenas pedalando. A saúde e o meio ambiente agradeceriam por seu uso mais constante, principalmente nas cidades que sofrem com poluição e engarrafamentos.
Regulamentadas
Em dezembro de 2013, a Resolução 465 do Contran regulamentou a utilização das bikes elétricas no Brasil. Com isso, elas foram equiparadas às bicicletas tradicionais, dirimindo as dúvidas que existiam para comercialização e uso nas cidades.
 
Segundo o Contran, as “magrelas” motorizadas não necessitam de registro, e o proprietário fica isento do pagamento de tributos e de habilitação. Por outro lado, esses meios de transporte não podem ter potência superior 350 watts nem ultrapassar os 25 km/h. Também não podem ter acelerador, e o motor só deve funcionar quando o condutor pedalar.
 
Para transitar com elas, é obrigatório o uso de capacete de ciclista. Já o veículo precisa apresentar campainha, indicador de velocidade, sinalização noturna dianteira, traseira e lateral, espelhos retrovisores em ambos os lados, e pneus em boas condições.
 
Há no mercado nacional algumas opções, com diferentes tamanhos e modelos. Os valores começam em aproximadamente R$ 2 mil. Se comparados aos das bicicletas não motorizadas mais comuns, os preços são elevados; porém se a comparação for com os demais meios de transporte a motor, as “magrelas” a motor se constituem em alternativas viáveis de deslocamento saudável, limpo e divertido.

sábado, 29 de março de 2014

Séries especiais Copa valem a pena?

Em ano de Copa do Mundo é comum o lançamento de muitos produtos, oficiais ou não, alusivos ao campeonato de futebol da FIFA. E no mercado automobilístico não é diferente. Com vistas a conquistar os consumidores brasileiros fãs de futebol, especialmente este ano em que o Brasil sediará a competição, Volks e Hyundai lançaram séries diferenciadas.

Embora seja uma tradição na montadora alemã, em 2014 a linha Seleção engloba, além do Gol (patrocinador da equipe brasileira), o Voyage e o Fox. Já na coreana, patrocinadora do Mundial, os modelos Copa do Mundo da FIFA são específicos do HB20 e do HB20S.

Mas será que compensa comprar veículos dessas séries? Por um lado, sim; por outro, não. Depende do gosto do freguês, após pesar o que eles oferecem a mais em comparação aos modelos tradicionais e qual é o custo–benefício.

Vale lembrar que os carros dessas edições custam mais, porém trazem itens de série que os da linha convencional não têm – e por menos se os mesmos itens fossem incorporados à parte. Entretanto, é verdade também que apresentam alguns “frufrus” que fazem pensar se compensaria pagar mais para se diferenciar na multidão.

No caso da Volks, a série Seleção é limitada a 20 mil unidades divididas entre Gol, Fox e Voyage. A principal aposta de vendas é no Gol, cuja versão 1.0 custa R$ 36.350 – contra R$ 31.440 do modelo convencional, ou seja, uma variação aproximada de 15,60%.

Diferenças

E no que eles se diferenciam? Por fora, o modelo alusivo à Copa apresenta adesivos com o número 10, a identificação da série e o logotipo da CBF. No interior, os bancos trazem o nome Seleção bordado, e o revestimento lembra os gomos hexagonais das bolas de capotão. As pedaleiras são em alumínio para passar um aspecto de esportividade.

No mais, o carro tem travas e vidros elétricos, pisca-pisca nos retrovisores externos, direção hidráulica, airbags dianteiros, freios ABS com EBD, som com funções rádio, CD e MP3, entradas auxiliar e USB, conexão Bluetooth para celular, entre outros itens.

Essa configuração está disponível também para o Fox e o Voyage. Ao Gol, a montadora agregou o pacote Brasil, composto exclusivamente pelo motor 1.6, câmbio manual ou automático, pintura Amarelo Solaris, faróis de neblina, aros dos difusores de ar e da alavanca do câmbio em amarelo, e brasão da CBF no porta-objetos.

A coreana

Por sua vez, a Hyundai idealizou a série Copa do Mundo da FIFA para os modelos hatch e sedã do HB20. O primeiro, com motor 1.0, sai de fábrica por R$ 41.465; o segundo, com a mesma motorização, parte de R$ 44.330 – valores cerca de 10% e 8%, respectivamente, superiores aos da versão Comfort Plus, de cuja plataforma eles derivaram.

A linha está limitada a oito mil unidades, sendo 70% para o hatch e 30% para o sedã. Visualmente, é composta por faróis com máscara negra, grade dianteira, molduras das portas e retrovisores em preto, carroceria com a opção de cor Azul Sky, rodas de liga leve de 15 polegadas em cinza escuro com acabamento diamantado. Os bancos são em couro e trazem bordada a logomarca FIFA World Cup Brasil, que aparece ainda nos tapetes e nos para-lamas.

Em relação aos equipamentos e acessórios, a edição comemorativa traz sistema multimídia BlueMediaTV, uma tela de sete polegadas touchscreen que funciona como reprodutor de fotos, vídeos e TV digital. Tem freios ABS com EBD, airbags duplos dianteiros, direção hidráulica, ar-condicionado, sistema Isofix para cadeirinhas, travas e vidros elétricos, comandos de som e Bluetooth no volante, e entrada USB. Como brinde, a montadora presenteia o comprador com uma bola Brazuca e uma mochila personalizada com os emblemas da Hyundai, da Copa do Mundo e da Adidas.

É hexa


Se em junho a Seleção Brasileira entrará em campo rumo ao sexto título, fora dele a fábrica coreana já é hexa no que se refere ao prazo de garantia de toda a linha HB20. Inicialmente, a ideia era aumentar em um ano a garantia apenas se a equipe do Brasil conquistasse o hexacampeonato, porém a montadora decidiu desvincular a promoção do desempenho do time nos gramados. Da mesma forma, optou por incluir na hexagarantia todos os HB20 fabricados entre 1º de janeiro e 13 de julho, data de encerramento do Mundial de futebol.

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

Mulheres merecem mais espaço no meio automotivo

Não é segredo que o universo sobre rodas é dominado pelos homens. E isso está claro não apenas no número de motoristas do sexo masculino nas vias públicas brasileiras – dois terços do total, em média. A predominância de homens se dá desde a cadeia inicial, ou seja, na linha de montagem das fábricas, passando pelos setores de autopeças, mecânicas e muitos outros diretamente ligados a veículos.

Por que isso ocorre? Talvez o maior interesse dos homens pelo segmento automotor tenha relação com a ideia – equivocada no meu entendimento – de que carro é “coisa de menino”. Esse mito começa na infância, afinal desde pequenas as crianças do sexo masculino costumam ser presenteadas, por exemplo, com veículos, e as do sexo feminino, com bonecas. 

A própria sociedade convenciona quais brinquedos são “apropriados” para garotos e para garotas. Mas por que tem de ser assim? Provavelmente pelo preconceito de que bola e carrinho sejam “exclusividades” masculinas, enquanto casinhas e bonecas, do meio feminino. Talvez ainda pelo receio de que se um sexo invadir o universo do outro, isso possa refletir-se mais tarde na sexualidade do indivíduo. Pura balela! Entretanto, para pessoas conservadoras, ver meninos brincando de boneca e meninas de bola causaria, no mínimo, estranheza.

Esse direcionamento precoce do universo sobre rodas aos garotos explica o fato de todo o nicho de mercado ligado a veículos ser dominado pelos homens. Alguém conhece, por exemplo, uma oficina mecânica em que trabalham somente, ou na maioria, mulheres? Em relação aos motoristas profissionais, não é nítida a diferença entre o total de homens e de mulheres ao volante de ônibus, táxis, caminhões e demais meios de transporte? E no automobilismo, quantas pilotas guiam carros de corrida, mesmo com a existência de várias categorias?

Qual é o motivo dessa discrepância? Quem sabe porque alguns serviços do meio automotivo sejam considerados pesados para as mulheres. Talvez ainda porque a vaidade feminina as afaste do trabalho em meio a graxa, óleo e outros produtos que sujam as mãos, as unhas e as roupas. Mas provavelmente a explicação mais coerente seja a histórica falta de espaço a elas num meio dominado por homens, que não abrem às mulheres oportunidades “na praia deles”. Capacidade não as falta, o que faltam são vagas – que se existissem despertariam mais interesse nelas.

Quem perde com a pouca participação das mulheres nas atividades tipicamente masculinas é a sociedade, afinal as características inerentes ao sexo feminino poderiam contribuir e aperfeiçoar os segmentos controlados por homens. Da mesma forma, uma presença mais frequente de condutoras tornaria o trânsito menos perigoso. 

O excesso de confiança e as atitudes imprudentes de muitos “pilotos” provocam acidentes numa escala bem maior que os ocasionados por deslizes femininos, mesmo considerada a diferença de proporção entre os motoristas de cada sexo. Isso se comprova por estatísticas e pela simples observação cotidiana do comportamento humano ao volante. Eu torço para que um dia essa realidade seja diferente.

quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

Obras do metrô de Curitiba estão perto do início

Deve ser publicado até o começo de março o edital definitivo da concorrência internacional para a construção do metrô em Curitiba. A abertura dos envelopes com as propostas das empresas está programada para maio, com o início das obras em julho. Pelo menos essa é a previsão da prefeitura da capital paranaense, que realizou há sete dias uma audiência pública para debater o metrô e o edital com representantes de diversos segmentos da sociedade.

Uma vez iniciada, a primeira etapa deve ser entregue em, no máximo, seis anos. Essa fase compreende 17,6 quilômetros de extensão entre o Terminal CIC Sul e a Estação Cabral, abrangendo outras 12 estações. A implantação de toda a infraestrutura necessária para operação do metrô (obras civis, instalação da via, telecomunicação, sinalização...) custará cerca de R$ 5,4 bilhões.

Desse montante, o governo federal vai liberar R$ 1,8 bilhão a fundo perdido, ficando o estado e o município responsáveis pelo aporte de R$ 700 milhões cada um. O restante, aproximadamente R$ 2,2 bilhões, será investido pelo consórcio vencedor da concorrência.

O contrato de concessão será de 35 anos, prazo em que deverão ser realizadas outras duas etapas. A segunda é a efetiva operação dos serviços de transporte de passageiros no trecho compreendido na fase 1. Já a terceira se refere à complementação do sistema com mais cinco quilômetros entre a Estação Cabral e a Estação Santa Cândida, passando pelo terminal do Boa Vista.

O edital de licitação prevê uma concorrência do tipo menor preço, ou seja, vencerá a proposta com a tarifa mais barata, tendo como base o teto de R$ 2,45 estipulado pela prefeitura. O preço será corrigido pelo IPCA anualmente.

O deslocamento entre as estações da CIC e do Cabral deverá ser feito em 30 minutos. Hoje, percorrer a mesma distância de ônibus leva em torno de uma hora e 20 minutos. Assim, a mobilidade urbana – um dos principais problemas nas grandes cidades – terá um ganho de 50 minutos no trajeto.

Vantagens

Os investimentos serão vultosos e não poderiam ser arcados somente pelo poder público. Nesse caso, a parceria público-privada é essencial para a implementação de um sistema de transporte moderno, que tende a desafogar as ruas e a reduzir a lotação nos coletivos urbanos, principalmente nos horários mais críticos do dia.

Entre os benefícios, além da diminuição no tempo de viagem, a redução do estresse no trânsito e no número de acidentes. Para os passageiros dos ônibus, mais conforto, com menos pessoas disputando espaço e menos transtornos gerados pela lotação excessiva.

As estações do metrô deverão ter espaços comerciais. Assim, a economia da cidade também deve ganhar com a geração de empregos, seja na operação do sistema, nas lojas e em outros estabelecimentos, bem como nos serviços de limpeza e de vigilância que serão prestados, por exemplo.

Os terminais também poderão ter espaços para atividades culturais, ampliando o acesso da população a manifestações artísticas e o número de pontos para diferentes apresentações.

Trâmite de sete anos

O primeiro passo para implantar o metrô foi dado em 2007, quando a prefeitura lançou edital para a elaboração de estudos preliminares. Entretanto, nenhuma das empresas interessadas entregou os documentos para participar da licitação.

Em dezembro do mesmo ano foi lançado outro edital, mas cinco meses depois o processo foi suspenso pela Justiça. A retomada foi autorizada no início de 2009, quando foram licitados o projeto básico de engenharia e os estudos ambientais. Os contratos com as empresas vencedoras foram assinados em março.

Em 30 de outubro, a licitação foi novamente suspensa. Dois anos depois, o prefeito de Curitiba na época e a presidente Dilma Rousseff anunciaram os investimentos do PAC da Mobilidade do governo federal para as obras do metrô.