quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Eleitor quer campanha sem baixaria

Ataques de Serra não surtem efeito, e ele continua em queda nas pesquisas

A cerca de 20 dias das eleições, e com menos da metade das intenções de voto que Dilma Rousseff, o candidato tucano à Presidência da República, José Serra, resolveu partir para ataques pessoais à sua adversária. E para isso utiliza seu vice, o inexpressivo Índio da Costa (DEM), sua esposa, Mônica Serra, e correligionários.

Ao passo que 3 de outubro se aproxima, aumentam as acusações e as declarações contra a petista. A coligação do peessedebista usa suas manobras para tentar reverter a situação desfavorável apontada em todas as pesquisas. Tal demonstração de desespero é veiculada diariamente pela mídia, principalmente pelos veículos de comunicação que atendem aos interesses da elite brasileira, acolhida confortavelmente no ninho tucano e de seus aliados.

Nem o mais recente fato explorado politicamente e estrategicamente pela mídia — a quebra do sigilo fiscal de Verônica Serra, filha do candidato — provocou o efeito esperado. Pesquisa divulgada na última segunda-feira (Tracking Vox/IG/Band) mostra Dilma com 54% das intenções de voto, contra 22% do tucano.

A estratégia de atacar a adversária e seu partido já foi utilizada anteriormente, quando o vice Índio da Costa acusou o Partido dos Trabalhadores de estar ligado ao narcotráfico e às Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia. O resultado: em todas as pesquisas a petista apareceu na frente — sempre apresentando crescimento, enquanto Serra vem em acentuado declínio.

Conscientização popular

O atual cenário político-eleitoral é consequência, dentre outros fatores, de um amadurecimento do eleitor. Cada vez mais o brasileiro quer campanhas limpas, éticas, pautadas em propostas factíveis. A tática ofensiva, caluniadora, difamatória não encontra receptividade na população. Por isso o desespero e as artimanhas da coligação PSDB/DEM/PPS/PTB se chocam com o interesse e a consciência popular.

A pretensão tucana de retornar à Presidência é sinal de — acima de qualquer outro interesse — inconformismo com o desempenho de Lula no governo, um operário que derrotou os representantes políticos da elite (especialmente a paulista) duas vezes, está prestes a deixar o mandato com 80% de aprovação e, ainda, passar a faixa à candidata apoiada por ele.
 
O Brasil realmente mudou. Depois de oito anos bem governado por um torneiro mecânico e sindicalista, o país entregará seu leme para uma mulher. Esses são dois fatos historicamente importantes à nação brasileira. E mais, são vitórias dos trabalhadores e das mulheres. Parabéns, Brasil! 

(Texto publicado no site Megafone em 15 de setembro de 2010)

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