Só mesmo num governo trabalhista isso seria possível, ou alguém viu algo parecido durante os oito anos do mandato tucano na Presidência da República? Certamente não, afinal a dobradinha PSDB/DEM priorizou — e sempre priorizará — a elite brasileira, com sua política neoliberal.
Amanhã, dia 10, será publicado um estudo coordenado pelo chefe do Centro de Estudos Sociais da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Marcelo Neri. Segundo o pesquisador, entre 2008 e 2009 aproximadamente um milhão de pessoas deixaram a condição de pobres — o que representa uma redução de 4,3% no índice nacional.
O cálculo foi feito por Neri a partir da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (PNAD), para embasar um estudo a respeito das classes sociais brasileiras. A metodologia considerou a soma das fontes de renda dos moradores das casas dividida pelo total de membros da família. O sistema classificou como pobre quem recebe menos de R$ 140 por mês.
Uma das constatações do estudo é que a pobreza caiu de 16,02% em 2008 para 15,32% em 2009. A queda já foi maior em outros períodos, porém superou a expectativa do pesquisador, diante da crise mundial naquela época. Entre 2003 e 2008, cerca de 20 milhões de brasileiros deixaram de ser pobres. O período mais significativo de redução foi de 2007 a 2008, quando a pobreza diminuiu aproximadamente 12%.
Fatores de propulsão
A receita para se obter um novo estrato social no país foi, relativamente, simples: aliar políticas de desenvolvimento a estratégias de combate à desigualdade. No ano passado, o governo federal conseguiu modificar uma das principais características brasileiras, a concentração de renda — os 40% mais pobres tiveram incremento de 3,15% na renda; já os 10% mais ricos agregaram 1,09%.
Apesar dessa melhoria, o abismo social ainda precisa ser aterrado. Não será em pouco tempo que o cenário mudará, entretanto isso terá êxito com o prosseguimento de governos trabalhistas ou socialistas, cuja ideologia coloca a igualdade entre os cidadãos acima de interesses oligárquicos.
Agora, às vésperas de mais uma eleição, o povo precisa estar atento à sua responsabilidade. Manter uma administração favorável às reivindicações coletivas e desbancar aquelas individualistas, entreguistas, oligárquicas depende exclusivamente do voto certo, bem pensado, confiado aos candidatos — seja a qual for o cargo — de passado ilibado na vida pessoal e pública, comprometidos com os eleitores, dispostos a cumprir todo o mandato, sem abandoná-lo por mais poder em futuros pleitos.
(Texto publicado no site Megafone em 10 de setembro de 2010)
Nenhum comentário:
Postar um comentário