quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Um exemplo para o Brasil

Polícia do Paraná já prendeu 17 baderneiros que destruíram parte do Estádio Couto Pereira

A polícia paranaense deu um ótimo exemplo ao Brasil de como agir contra pseudotorcedores que vão aos estádios brasileiros mal-intencionados, para promover desordem e brigar. Com a prisão de 17 pessoas que invadiram o campo do Coritiba na última partida do Campeonato Brasileiro e protagonizaram cenas de horror, que em nada combinam com o esporte, o país pôde constatar um trabalho competente de identificação e captura, permitindo até se ter a esperança de um dia haver paz nos estádios.

A resposta das autoridades de segurança foi rápida, mostrando que a sensação de impunidade não é mais motivo para encorajar atitudes crimosas. E o crime não está somente nos atos dentro do campo, pois ao cumprir mandato judicial na sede da torcida Império Alviverde, o Comando de Operações Policiais Especiais (COPE) apreendeu espingardas, revólveres, maconha, um DVD neonazista, entre outros materiais.

Essa apreensão deixa claro que se trata de crimimosos disfarçados de torcedores, pessoas que dizem amar o clube apenas para camuflar atitudes nada inerentes ao verdadeiro torcedor, aquele que vibra nas vitórias e carrega consigo o sofrimento das derrotas. E por mais que o rebaixamento seja a pior das consequências, jamais justifica atos de barbárie contra a polícia, a arbitragem e o patrimônio do clube.

Não obstante a prisão e a responsabilização criminal dos envolvidos, a sede da torcida foi lacrada, e o próprio Coritiba poderá ser punido com a perda de mando de até 30 jogos. Essas são medidas exemplares, que desmitificam a ideia de impunidade, e devem ser seguidas nos demais estados do país.

Mudança necessária
O futebol, “esporte das multidões”, ainda é a paixão nacional e não pode continuar sendo marcado pela violência. Pelo contrário, deveria voltar a ter o prestígio de anos atrás, quando famílias iam aos estádios assistir aos jogos. Era uma época em que os pais podiam levar, sem medo, os filhos para acompanhar a equipe do coração; um programa divertido, capaz de aproximar gerações.

Hoje, infelizmente, muitos adultos que moram em cidades nas quais é comum a realização de partidas não vão aos campos, pois temem pela incolumidade física. Levar crianças, então, é um risco de viver uma experiência assustadora, por não se saber o que pode acontecer dentro e mesmo fora dos estádios. Isso está errado, não deve continuar; o cidadão de bem, o torcedor, não pode perder espaço para bandidos, arraceiros, não pode se privar de um lazer tão prazeroso como ir apoiar seu time.

As campanhas contra a violência e de incentivo ao respeito no futebol deveriam ser constantes, promovidas pelos clubes, federações e confederação brasileira da modalidade. Nunca é tarde para resgatar o espírito esportivo, aquele que compreende as derrotas e valoriza as vitórias.

O Brasil é o maior vencedor de Copas do Mundo, pentacampeão, revela craques todos os anos, tem equipes extremamente competitivas, então não pode permitir o desgaste de sua imagem com brigas e qualquer outra atitude negativa extracampo. Por isso, digamos não à violência e propaguemos o respeito e a paz nos estádios do país.
(Texto publicado no site Megafone em 15 de dezembro de 2009)

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